Chorrochó e as redes sociais

Há algum tempo, não muito distante, dizia-se que o papel aceita tudo.  Escreviam-se impressões, pontos de vista, notícias, opiniões, et cetera.

Hoje, diferentemente, o mundo online inseriu outra realidade: tudo se vê em tempo real. Mas isto não significa que se deva aceitar tudo, cegamente, sem reservas.

As palavras sobrevoam o planeta instantaneamente. É difícil e até impossível recolhê-las, trazê-las de volta ao nosso arrependimento, à nossa pequenez, aos nossos impensados arroubos.

Conseguintemente, o que se escreve no papel pode ser mudado a qualquer tempo, ao passo que não pode ser mudado o que se diz no mundo virtual. Com exceção da retratação, da confissão de culpa, a mea culpa, do tardio arrependimento, nem sempre compreensível. Mas isto não é tudo, não pode ser tudo.

Os grupos de WhatsApp se transformaram em verdadeiras armadilhas. O que assusta é a disseminação de ofensas, de acusações, de discussões estéreis. As pessoas estão se acusando, tomando as dores de outras, mormente de políticos, de gestores, de governantes.

Está faltando sensatez, discernimento, delicadeza, compreensão.

Tenho notado que, em Chorrochó, pessoas que participam de grupos em redes sociais vêm se mostrando agressivas, impacientes e intolerantes com a opinião dos outros, o que é incompatível com a convivência democrática que todos desejamos.

Calma, pessoal! Chorrochó precisa ser visto como ambiente de todos nós. Os políticos, as administrações, os gestores e os mandatos passam, mas a terra é de todos nós, tanto dos filhos quanto daqueles que a adotaram como sua.  E aí, nada melhor do que a convivência sadia entre todos.

O fanatismo idiota e burro não leva a nada. Sejamos todos flexíveis ou, se isto não for possível, que sejamos, pelo menos, bons conviventes.

O cargo público eventualmente exercido deve ser atividade institucional digna, sem necessidade de misturar as coisas, se concursado ou em comissão, independentemente da instituição ou político que o concedeu.

Toda função é digna, mesmo que resultado de apadrinhamento político, o que não significa passaporte para ofender quem dela discorde.

araujo-costa@uol.com.br

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