Os militares e as eleições de outubro.

 

Carlos Castelo Branco (1920-1993), ícone do jornalismo político, que foi secretário de imprensa do presidente Jânio Quadros e membro da Academia Brasileira de Letras, dizia que “a ansiedade pânica é a matéria-prima dos radicais”.

Vimos isto em 1964 e nos anos da ditadura. As lembranças não são boas.

Agora os radicais estão saindo das tocas, evidente que não mais os mesmos em maioria, mas aqueloutros que os seguem, ansiosos para embaralhar o ambiente político.

Isto não é bom, como não foi em 1964 e tampouco nos anos subsequentes sob os governos militares.

O Brasil enveredou pelo caminho certo, superou percalços e ideias arrevesadas e amadureceu democraticamente. É bastante.

Com o aproximar das eleições de outubro de 2018 surgiram ecos confusos defendendo a volta dos militares ao poder da República, o que está sendo difundido em redes sociais, principalmente.

O equívoco é não dizer qual o caminho pretendido para exigir a volta dos militares.

Os militares podem ocupar espaços políticos, sim, mas através do voto popular. Há uma centena deles pré-candidatos ao Congresso Nacional, por exemplo.

O deputado federal e capitão da reserva do Exército Jair Bolsonaro quer disputar na condição de candidato para a presidência da República. Desponta, com destaque, nas pesquisas de intenção de voto.

O caminho está certo: o voto popular. O voto será sempre o caminho certo.

Bolsonaro é nacionalista e conservador, o que tem incomodado sobremaneira a esquerda, que implantou exageradamente o “politicamente correto” no Brasil, negligenciou o respeito aos símbolos nacionais, alienou jovens com discursos obscuros e até, em certos casos, deixou o Brasil de lado para endeusar-se a si própria. E ao assumir o poder furtou desbragadamente, libertinamente, indecorosamente.

O amadurecimento da democracia vem dificultando “a ansiedade pânica” dos radicais de esquerda, embora eles continuem armazenando “matéria-prima” para usá-la a qualquer tempo.

Tancredo Neves dizia que “quem deve brigar são as ideias e não os homens”. A esquerda não absorveu essa e outras sabedorias e anuvia o ambiente político desnecessariamente.  Um erro.

O certo é que o Brasil mudou. E o melhor caminho para os radicais será aquele em direção à sensatez e à obediência às instituições, por extensão, incluídos os órgãos do Poder Judiciário, Ministério Público e outros tantos que cuidam da regularidade do exercício da democracia.

As eleições de outubro vindouro trarão um cenário um pouco diferente dos anteriores, porque dele fazem parte militares atentos à situação do Brasil, mas com pensamento democrático, o que é um avanço significativo.

araujo-costa@uol.com.br

 

 

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