A conhecida lenda – parece que espanhola – conta que um rei mandou construir uma catedral. Em visita às obras, passou a fazer perguntas aos operários sobre o que cada um fazia.
Um dizia que quebrava pedras, outro que misturava massa, alguns que cavavam alicerce e erguiam colunas e outros tantos diziam que cuidavam do madeiramento e transportavam o material.
O operário mais jovem de todos empurrava, com dificuldade, um bloco de mármore. O rei insistiu na pergunta:
– E você, o que faz?
A resposta do jovem, eivada de entusiasmo e grandeza, traduziu a nobreza do objetivo:
– Senhor, não vê? Construo uma catedral.
Construir catedrais. Esta a tarefa ingente de todos nós nesta incessante luta pela sobrevivência. Tarefa difícil, desenvolver a capacidade de lutar, sofrer, derramar o suor, tropeçar, erguer a cabeça, erigir a construção em forma de seriedade, caráter, persistência, tenacidade, vontade de vencer.
E não é incomum que algumas vezes o suor se mistura com lágrimas.
Nem sempre atingimos o objetivo que sonhamos, mas o objetivo maior é continuar a luta, antever horizontes e vislumbrar a alvorada, mesmo que distante.
Se, no final da caminhada, não conseguimos construir a catedral, pelo menos trabalhamos na obra.
Avante, sempre!