“Que século, meu Deus! – exclamaram os ratos. E começaram a roer o edifício” (Carlos Drummond de Andrade)
O Partido dos Trabalhadores (PT) ainda não conseguiu desmoronar o edifício chamado Brasil, não obstante tenha tentado roer suas estruturas durante esses anos que ficou no poder.
Os escândalos se sucedem, desde o primeiro governo Lula da Silva, a começar pelo mensalão, que nunca existiu, segundo o morubixaba petista, passando pelo petrolão e outros que tais.
O mais recente escândalo é de deixar qualquer um boquiaberto.
O ex-guerrilheiro da organização Var-Palmares, companheiro de guerrilha, amigo e ex-ministro de Dilma Rousseff, Fernando Pimentel, atual governador de Minas Gerais, cometeu alguns exageros. Segundo denúncia do governador eleito daquele estado, loteou o centenário Instituto de Previdência dos Servidores de Minas Gerais (IPSEMG) e nele empregou petistas de todo o Brasil, muitos deles sequer têm conhecimento técnico da função que supostamente exercem.
Aliás, nas eleições de 2018, o sábio povo de Minas expulsou simultaneamente das esferas do poder, tanto o PSDB (leia-se Aécio Neves) quanto o PT (leia-se Fernando Pimentel). Aécio Neves agarrou-se ao cargo de deputado federal, para não perder o foro privilegiado e Fernando Pimental será lançado às traças, a partir de janeiro próximo.
Quem não presta tem de sair mesmo.
Os mineiros também deram um chega pra lá em dona Dilma Rousseff, que disputou uma vaga para o Senado Federal por Minas, mas não teve o beneplácito das urnas.
Os mineiros despacharam-na para cantar noutro terreiro.
Em resumo, o governador eleito de Minas denunciou, em campanha, o seguinte: que o IPSEMG tinha 16 conselheiros e o PT elevou o número para 540, forma engendrada para dar emprego a companheiros petistas derrotados nas urnas em diversos rincões do Brasil.
Resta saber se o espaço onde trabalhavam 16 conselheiros cabe todos esses 540 felizardos petistas.
A situação é tão estapafúrdia que, francamente, fica difícil acreditar, mas o governador eleito disse que é verdade e cabe a ele retificar a informação, se tiver errado e, no mínimo, pedir desculpas ao PT. Se errou, tem de dizer que errou, penitenciar-se. Não pode deixar o equívoco no ar. É feio, é desonesto.
Insta registrar – a bem da verdade – que o IPSEMG soltou nota desmentindo as informações do governador eleito e afirmou que a autarquia opera dentro das normas estatutárias e que não houve loteamento, coisa e tal.
Entretanto, partindo do pressuposto de que a informação do governador eleito esteja correta – e tendo em vista outros escândalos surgidos em governos petistas – há roedores demais tentando derrubar o edifício chamado Brasil.
Só o exercício regular da democracia coíbe esses desvios éticos e dá parâmetros para administrações decentes.
araujo-costa@uol.com.br