Memória de Patamuté: Maricota, uma vida de simplicidade

“A gente pode ter orgulho de ser humilde” (D. Hélder Câmara)

Incluo-me entre aqueles que cavam as lembranças e se enternecem com as perdas. Elas têm sido muitas.

As construções precisam de esteios e de cumeeiras para se sustentarem diante da ação do tempo. Assim os lugares, assim Patamuté.

Os esteios de Patamuté estão se  ruindo com a passagem do tempo. É natural que seja assim.

O tempo atreve-se a colunas de mármore, imaginemos o que é capaz de fazer com a fragilidade humana.  Desmoronam-se as colunas, mas ficam as lembranças, os exemplos.

Registro o falecimento da professora Maria da Silva Vital, a sempre querida Maricota, coluna  de uma geração que Patamuté se orgulha de tê-la em sua construção. Professora de vida simples e generosa, admiravelmente generosa.

À semelhança do pai Francisco Ferreira Vital, Maricota cultuava as coisas simples, como convém aos sábios. Simples, mas profundas e essenciais. Acaso não é profunda a capacidade de ser humilde?

Maricota é do tempo em que os jovens respeitavam os mais velhos, alunos admiravam professores e se espelhavam em seus exemplos de vida. Ainda acredito que a sabedoria dos mais experientes é a melhor escola da vida.

Maricota viveu a ensinar caminhos durante grande parte de sua vida. Deixou lições de sabedoria e de humildade. Indicou horizontes, mostrou a melhor estrada que conhecia.

A professora Maricota era uma referência em Patamuté quanto ao delineamento de vida simples e benevolente..

Nestes tempos modernos, exemplos de vida são raridades, principalmente nesta quadra do tempo em que o mundo se transformou em indiferença, egoísmo, superficialidade, interesses.

Somos nós que fazemos as somas de  nosso tempo, de nossa vida. A professora Maricota faz parte das somas da História de Patamuté.

Deixo pêsames extensivos a todos da família de Maricota.

Que Jesus Cristo, redentor do mundo, dê-lhe o amparo na eternidade.

araujo-costa@uol.com.br

 

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