A indolência dos deputados baianos

Os deputados estaduais da Bahia embolsam, por mês, em média, a robusta quantia de R$ 157 mil, entre salários, verbas indenizatórias e verbas de gabinete. 

A verba de gabinete, que gira em torno de R$ 100 mil, é aquele dinheiro que os deputados gastam à vontade, adoidadamente, com festas, bebidas, passagens, inclusive aéreas e contratação de assessores para, segundo eles, auxiliarem no exercício da atividade parlamentar, inclusive nas chamadas bases eleitorais.

Contudo, mesmo recebendo este maná proveniente dos impostos que os baianos pagam, algumas de Suas Excelências não se acham dispostos a trabalhar em benefício da população.

É o que espelha recente levantamento publicado pelo Bahia Notícias, que escancara a indolência de alguns deputados que foram denominados de “legisladores menos eficientes”.  É uma expressão generosa, convenhamos.

Destacam-se no topo do ranking da indolência os deputados Marcelo Nilo (PSB) e Fátima Nunes (PT), seguidos dos petistas Zé Raimundo e Paulo Rangel.

Diz a matéria que Nilo e Fátima “apresentaram, juntos, 21 Projetos de Lei em quatro anos, nenhum deles de impacto social considerado”. 

Mais: “Nos últimos quatro anos, as únicas ideias propostas por Fátima Nunes foram a declaração de utilidade pública para 16 instituições sociais. Além de protocolar, o projeto não exige muito esforço”. 

Como se vê, a excelentíssima deputada petista não é muito chegada ao trabalho, a exemplo de outros colegas da Assembleia Legislativa, tais como Luciano Simões Filho (DEM), Angelo Almeida (PSB) e Luiz Augusto (PP). Todos esses integram a lista de campeões da ineficiência.

A deputada Fátima Nunes, da região de Paripiranga, é a mesma senhora que, do alto de sua experiência, disse que o “PT tirou a lata d’água da cabeça das mulheres”.

Por aí se vê, que Sua Excelência não conhece sequer os problemas da região que mora e, talvez por isto, não tenha projetos a apresentar.  

Se questionados, os deputados certamente dirão que a atividade parlamentar não se resume apenas na apresentação de projetos de lei, mas também em visitas às bases, audiências públicas, participação em comissões do Legislativo, peregrinação às repartições do Poder Executivo para cobrar o cumprimento de emendas,  dar tapinhas nas costas dos eleitores nas festas do interior, et cetera.

Tudo isto é verdade. Mas também é verdade que a função precípua do parlamentar é auscultar o interesse da população e legislar em favor dela, o que parece óbvio.

Neste particular, esses deputados citados estão longe de desempenhar a contento o honroso papel legislativo.

araujo-costa@uol.com.br

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