O desembargador Maurício Szporer, do Tribunal de Justiça da Bahia e sua mulher, que é juíza de primeiro grau, embarcam hoje galantemente com destino a San Diego (Estados Unidos) para, segundo consta, participarem lá de um curso de três dias, 17, 18 e 19 de abril deste ano de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O curso terá duração de três dias, mas o Tribunal de Justiça da Bahia pagou sete diárias para o excelentíssimo casal no total de R$ 24.000,00.
Uma terceira juíza acompanhará o privilegiado casal e, por isto, o Tribunal lhe pagará seis diárias e meia no total de R$ 12.729,00.
Origem dos recursos: o bolso dos contribuintes baianos.
O Tribunal de Justiça da Bahia explicou a gastança: o curso é de três dias, mas serão pagas sete diárias, porque Suas Excelências não podem sujeitar-se a eventuais atrasos em aeroportos, et cetera e tal.
Mais: Suas Excelências precisam testar os equipamentos que carregam, inclusive Power Pointi. Isto precisa de alguns dias a mais, presume-se.
O curso é organizado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que vive no mundo da lua e completamente divorciada da realidade de penúria por que passam os brasileiros.
Enquanto isto, o Tribunal de Justiça da Bahia está fechando comarcas sob a alegação de redução de custos.
Exemplo: a comarca de Chorrochó, uma das mais tradicionais do interior da Bahia, instalada em outubro de 1967, corre o risco de ser desativada, em razão da política de desatino do Tribunal de Justiça.
Lideranças e autoridades de quatro municípios (Chorrochó, Abaré, Macururé e Rodelas), que fazem parte da jurisdição, tendo à frente o ilustre e atuante advogado chorrochoense Dr. Paulo José de Menezes, estão às voltas com a luta para evitarem a desativação da comarca de Chorrochó.
E o perdulário Tribunal de Justiça baiano esbanjando dinheiro público.
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