“Houve reunião da congregação da Faculdade de Direito da Bahia, para os professores catedráticos indicarem seus professores assistentes.
Luiz Viana Filho indicou Luiz Viana Neto; Albérico Fraga, indicou o filho Albérico Fraga Filho; um terceiro, também indicou o filho.
Era a vez de Lafayete Pondé, mestre de Direito Administrativo, apontar seu assistente.
– Escolho o Pondezinho.
O diretor não entendeu:
– O senhor indica quem, professor Pondé?
– Indico o Pondezinho, meu filho.
– Mas professor Pondé, o senhor está brincando ou falando sério? Como o senhor indica para seu professor-assistente da Faculdade de Direito, seu filho, que é médico e não bacharel em Direito?
– Ah, me desculpem. Eu pensava que bastava ser filho.
A reunião acabou”.
O presidente Jair Bolsonaro indicou o filho Eduardo Bolsonaro, 35 anos, para embaixador do Brasil nos Estados Unidos, uma das mais importantes embaixadas do mundo.
A indicação ainda vai passar pela Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal e depois pelo plenário da Casa, em votação secreta, que aprova ou rejeita a indicação.
A tradição do Ministério das Relações Exteriores diz que o cargo de embaixador é exercido por diplomata de carreira com, aproximadamente, 30 anos de experiência.
O presidente Bolsonaro parece que vai quebrar a regra.
Basta ser filho – parece.
Post scriptum:
O texto entre aspas é de autoria do jornalista Sebastião Nery
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