Deputados querem legalizar o absurdo

Baiano de Salvador, Orlando Silva, ex-ministro do governo petista, foi eleito deputado federal por São Paulo sob o manto do Partido Comunista do Brasil (PC do B).

A Bahia não tem culpa.

Em 2015, Sua Excelência apresentou o projeto de lei 3.369/2015 instituindo o que ele chamou de Estatuto da Família do Século XXI que, noutras palavras, legaliza a pedofilia, a poligamia, o incesto e por extensão, quaisquer formas de união afetiva.

Legaliza por uma questão muito simples: a amplitude do texto ampara todo tipo de interpretação. Das duas, uma: ou o deputado Orlando Silva não sabe o que é hermenêutica e interpretação de texto ou, no mínimo, padece de alguma dislexia.

Segundo Orlando Silva, o projeto de lei “visa ampliar o conceito de família para que o estado reconheça as diversas configurações familiares que existem hoje na sociedade”.

O relator do projeto de lei na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados é o neófito deputado Túlio Gadêlha (PDT-PE), mais conhecido nos bastidores políticos como “o namorado de Fátima Bernardes”. Como se vê, uma deslumbrada celebridade global.

Sua Excelência, o deputado pedetista pernambucano aduz o seguinte, para justificar a aprovação do estapafúrdio projeto de lei:

“Há tempos que a família é reconhecida não mais apenas por critérios de consanguinidade, descendência genética ou união entre pessoas de diferentes sexos, mas através do amor ou da socioafetividade”.

“Este projeto, portanto, pretende tornar responsabilidade do Estado o reconhecimento formal de qualquer forma digna e amorosa de reunião familiar, independentemente de critérios de gênero, orientação sexual, consanguinidade, religiosidade ou raça”,

Eis tudo.

Ou seja, pode até o que não pode. Pelo projeto de lei, o Brasil é obrigado a reconhecer até os absurdos. Está no texto. É amplíssimo. Basta interpretar.

Este projeto de lei seria votado às 14h de 21/08/2019, mas devido a pressões de parte da sociedade, foi retirado de pauta para, segundo o relator, aperfeiçoar a redação.

Ilustre desconhecido, o presidente da comissão, deputado Helder Salomão (PT-SP), aliado do pedetista pernambucano e do comunista baiano, cedeu às pressões das redes sociais e retirou o projeto para aprimoramento do texto.

Não se sabe por onde andam a Igreja Católica e a chamada “bancada evangélica da Câmara dos Deputados” que não abriram o bico. Certamente estão por aí recolhendo o dízimo dos pobres.

Evidente que os senhores parlamentares vão atribuir as críticas ao projeto de lei à ação de conservadores. Não é verdade. As críticas provêm da sensatez de pessoas que sabem interpretar textos – e há muitas, apesar dos deputados.

Que Deus tenha piedade de todos nós.

araujo-costa@uol.com.br

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