“Quando eu morrer, minha alma nunca vai andar em São Paulo, se tiver vergonha” (Abílio Gomes, apud Esmeraldo Lopes)
Em 17 do corrente mês, o prefeito de Curaçá, Pedro Oliveira (PSC), inaugurou uma escola na sede do município e, acertadamente, deu-lhe o nome de Escola Municipal Tereza Cristina Gomes Miranda.
Trata-se de louvável reconhecimento da Municipalidade à altivez da professora Tereza Cristina, nossa querida Tequinha, que se dedicou à educação de Curaçá com esmero, seriedade e sabedoria.
A professora Tereza Cristina amoldou sua formação de educadora no Colégio Municipal Professor Ivo Braga, tradicional estabelecimento de Curaçá. Lá começou sua caminhada.
Fomos colegas de classe. Lá tivemos os melhores mestres. À época ela já demonstrava impressionante interesse pela área que viria a abraçar anos depois e, servindo-se dela, preencheria robustas páginas da história de Curaçá.
Entretanto, éramos jovens e, como tais, não seríamos capazes de vislumbrar o brilhante futuro que Tereza Cristina teria pela frente, em busca de seguros horizontes para indicar aos seus aprendizes.
Encimei esta página com uma citação de Abílio Gomes da Silva, que transmitiu a Tequinha a firmeza de caráter irrepreensível e a cordialidade tão presente na vida de ambos. Abílio e Tequinha eram pessoas encantadoras.
Em princípio, a frase de Abílio pode parecer fora do contexto da inauguração da escola, evento tão caro aos curaçaenses, mas é inserida aqui para lembrar o caráter, a opinião e o seu jeito espirituoso.
Tendo morado em São Paulo, onde foi cavar meios de sobrevivência, em Curaçá foi-lhe perguntado quando voltaria ao Sudeste. A resposta espirituosa de Abílio fez parte do interesse do sociólogo Esmeraldo Lopes, que entende tudo de Curaçá.
Mais do que isto: Esmeraldo Lopes entende o espírito de Curaçá, a gente de Curaçá, as perguntas e as respostas de Curaçá.
Não é pouco.
O fato é que Curaçá ganha mais do que uma escola. Ganha a sedimentação do pensamento de Tereza Cristina, o escrever de sua história de vida e, sobretudo, o registro de sua contribuição à educação do município.
Ganha também a tradição local, ganha a sociedade, ganha o ensino público.
É um tanto forte o vazio deixado pela professora Tereza Cristina. Todavia é confortador ver o seu nome enriquecendo as páginas da história de Curaçá.
O prefeito Pedro Oliveira, o secretário municipal de Educação e toda equipe envolvida no empreendimento podem erigir os louros que lhes permitiram a realização desse fato histórico.
As boas ideias nunca serão ofuscadas pelas passageiras incompreensões.
A educação é o esteio que sustenta a sociedade, qualquer que seja ela, em qualquer tempo.
Curaçá, nesse particular, está no caminho certo.
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