O presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, mais três desembargadores e dois juízes estão em apuros. Acusados da prática de crime, esses magistrados foram afastados do exercício de seus respeitáveis cargos.
A Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República estão nos calcanhares desses minúsculos magistrados, por ordem do Superior Tribunal de Justiça.
A encrenca é grande. Suas Excelências estão sendo acusados de venda de sentença, corrupção ativa e passiva, lavagem de ativos, evasão de divisas, tráfico de influência, grilagem de terras e formação de organização criminosa. Não é pouco.
Parece que agora está razoavelmente explicado porque o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia andava às turras com a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil.
A instituição ousou sinalizar que pretendia ficar atenta à atuação dos juízes baianos ou parte deles, que não estava cheirando bem. Registre-se que na Bahia há juízes impolutos, probos, incorruptíveis. Certamente a absoluta maioria.
Portanto, nem tudo está perdido. Mas é deprimente a sociedade ver o presidente do Tribunal de Justiça de seu estado, de quem devia vir o exemplo, acusado de crimes escabrosos.
O presidente do Tribunal seguiu à risca o ditado, segundo o qual “quem tem rabo de palha não pode passar perto do fogo”. Foi o que ele fez, embora sem êxito.
Agora as labaredas atingiram-no, mesmo ele tentando passar longe do fogo da seccional da OAB da Bahia.
Noticia-se que as investigações dizem que os magistrados estão envolvidos com, pelo menos, R$ 581 milhões, quantia essa angariada em razão de atividades ilegais que carrearam obviamente para a prática de crime.
Há muito que alguns magistrados da Bahia veem envergonhando os baianos, impunemente. É conhecida a tendência de alguns magistrados à delinquência. Poucos, felizmente.
Parece não ser possível minimizar este caso. Trata-se de uma operação monumental que envolve 200 agentes federais e procuradores, todos atuando contra esses maus juízes. Mais: a operação é autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça o que, por si só, dá a dimensão da delinquência investigada.
Do alto de suas corruptas arrogâncias, certamente esses pequenos magistrados deram muitas lições de moral em pessoas humildes que procuraram a Justiça para defesa de seus direitos, enquanto eles se locupletavam de dinheiro sujo, segundo o Superior Tribunal de Justiça.
Aliás, passar descomposturas em audiências é comum em magistrados pequenos, insignificantes, arrogantes.
A incompatibilidade entre a nobre função de magistrado e a prática de crime é abismal. Portanto, é inconcebível o desvio moral de magistrados.
O fato é que a Bahia está triste.
O Tribunal de Justiça da Bahia hoje está de cócoras.
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