
Ao apagar das luzes de janeiro de 2013 publiquei neste espaço o texto a seguir, em homenagem a José Jazon de Menezes:
Hoje eu queria dizer: ainda bem, que deu tempo. Mas, não deu tempo, infelizmente.
Jazon se foi. Seu enterro aconteceu em 31.01.2013, em Chorrochó. Ele foi peculiarmente, do seu jeito, como sabia fazer, deixando um rastro de saudade, um vazio de sua alegria contagiante. E não deu tempo, porque eu ainda queria vê-lo de perto, curtir seu sorriso, sua presença, sua verve humorística. Sua ida entristeceu este último dia de janeiro, entristeceu Chorrochó, entristeceu o tempo em Chorrochó.
Espirituoso e respeitador era, ao mesmo tempo, amigo e protetor. Vi-o, muitas vezes, sair em defesa de pessoas humildes de Chorrochó, defendendo-as, enaltecendo-as, amparando-as. Como se todos, para ele, fossem imaculados. E eram. Para Jazon não interessava ser rico ou pobre, ser humilde ou célebre. Todos mereciam sua atenção, porque todos eram iguais e ele se entendia igual a todos.
José Jazon de Menezes faz parte da história de Chorrochó. Foi um dos pioneiros dos serviços judiciários da comarca. Após a instalação, em outubro de 1967, foi nomeado o primeiro escrivão dos feitos cíveis, cargo que exerceu com dignidade e brilhantismo. Respondeu também pelo cartório eleitoral.
Respeitado por todos de sua geração, Jazon era espirituoso e, acima de tudo, muito atencioso com todos. Constituiu família nobre, em Chorrochó. Casado com a Dra. Maria Ita de Menezes, também de estirpe tradicional, professora do então Colégio Cenecista São José, com quem teve os filhos Jorge Jazon Cordeiro de Menezes, Jaílson José Pacheco de Menezes, Ita Luciana Menezes de Menezes e James Jeorge Cordeiro de Menezes.
Jazon foi, sem dúvida, um dos esteios da família Menezes de Chorrochó.
Deixa saudade, deixa um inominável vazio, deixa a certeza de que ainda existem pessoas boas, não obstante a aridez deste mundo.
Todavia, o tempo tem sua lâmina implacável. E ela, cruelmente, nos tirou Jazon de nosso convívio. Que Deus lhe dê amparo e descanso eterno.
Vai com Deus, Jazon!
Sua família ficou com a dor e a dilacerante saudade. E nós também ficamos com a saudade. Eterna saudade.
Post scriptum:
A professora Maria Ita de Menezes publicou em 30 de janeiro de 2020, o seguinte texto, que li e admirei. Ou, seguindo a linguagem forense de Jazon: Li e achei conforme.
Ei-lo:
“Hoje, em situações antagônicas, vivencio momentos bem diferentes. Um misto de alegria e de saudades. Comemoro meu aniversário de 81 anos e ao mesmo tempo me lembro que esta foi a data que o meu parceiro de vida, Jazon, nos deixou. Mas o sentimento nostálgico de alegria prevalece ao olhar para trás e ver tantos momentos maravilhosos vivemos juntos, o tanto que cresci e aprendi com ele e, por fim, o tanto que ele nos ensinou enquanto aqui esteve” (Maria Ita de Menezes).
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