As Organizações Globo, conglomerado de empresas de comunicação e conteúdo adotou, como regra, a crítica diária e tendenciosa ao governo Bolsonaro, especificamente ao presidente da República.
Há um ditado popular conhecido: “o uso do cachimbo deixa a boca torta”.
A TV Globo e o jornal O Globo, ambos sediados no Rio de Janeiro, principais carros-chefes das organizações, costumavam contribuir para tentar derrubar governos que contrariavam seus interesses comerciais, à exceção dos governos dos generais-presidentes da ditadura (1964-1985): Humberto de Alencar Castelo Branco, Arthur da Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Batista de Oliveira Figueiredo.
A Globo também agarrou-se aos ditames da Junta Governativa Provisória (agosto a outubro de 1969), que substituiu o presidente Costa e Silva em sua enfermidade, enquanto definia-se o novo presidente.
A Junta era constituída pelos ministros militares Aurélio de Lyra Tavares (Exército), Márcio de Souza e Melo (Aeronáutica) e Augusto Hamann Rademaker Grunewald (Marinha).
Sem nenhum constrangimento, a Globo apoiou a ditadura e hoje coloca-se num cenário hipócrita dizendo-se defensora da democracia.
Em todos eles, a Globo esteve diuturnamente na cozinha palaciana, definindo estratégias de notícias e até, de forma costumeira, publicando somente o que os militares queriam.
As Organizações Globo são resultados dos governos ditos revolucionários, que permitiram o crescimento das organizações e a sustentação do conglomerado à custa de publicidades oficiais e, por extensão, de dinheiro público.
O renomado jornalista Roberto Marinho, dono das Organizações Globo, nunca negou que tivesse apoiado a ditadura. Basta consultar a história.
Neste contexto, a Globo e seus penduricalhos apoiaram os governos militares durante 20 anos, por mais que hoje neguem os editores de seus noticiários. Não há o que negar. É fato histórico, sobejamente conhecido, incontrastável.
Agora, no governo Bolsonaro, que contrariou os interesses da poderosa família de Roberto Marinho, é massacrante o que o conglomerado vem fazendo para desgastar o governo. Chega a ser impatriótico.
Dane-se o Brasil, danem-se os brasileiros, desde que os interesses da Globo não sejam contrariados.
Agora, a TV Globo vem insistindo que o presidente da República colocou em risco a saúde de centenas de pessoas porque, em 15 de março, o presidente teve contato com manifestantes que se aglomeraram à frente do palácio governamental, em Brasília, após suspeita de ter contraído coronavírus.
Os comentaristas da Globo News, braço politizado da Globo, esmeram-se em disputar qual deles é mais ridículo ao tecer comentários tendenciosos. Dá a impressão de que eles consideram os assinantes do canal um monte de imbecis ou, no mínimo, desprovidos de inteligência e sem condições de discernimento.
É ingênuo pensar que o presidente, que tem um departamento médico da presidência da República à sua disposição, com abalizados profissionais da medicina, não tenha sido orientado sobre sua aparição pública e os riscos que ela poderia causar.
De outro turno, é monumental a frustração de parte da esquerda lulopetista, que ajuda a distorcer os fatos nestes tempos difíceis por que passa a sociedade brasileira.
Não obstante os erros primários do setor de comunicação do governo federal e o modo estabanado do presidente Bolsonaro, o fato é que o lastro eleitoral que construiu a vitória do presidente sofreu somente pequenos abalos, de sorte que as pesquisas internas em mãos do governo dão conta de que o presidente continua forte politicamente.
Em 16/03/2020, na ânsia de atacar o governo federal e seus apoiadores e já se lançando pré-candidato à presidência da República em 2022, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, demonstrou-se perdido ao tentar sustentar argumentos insustentáveis.
Ciro Gomes tem discurso, retórica e poder de convencimento inegáveis. Entretanto, demonstrou cristalina ingenuidade ao deixar claro que seu objetivo é tão-somente atacar o governo para auferir dividendos eleitorais. Um desastre.
Ciro Gomes apequenou-se ao acusar o atual governo e usar seu conhecimento acadêmico, sem nenhuma grandeza política. Arranhou sua biografia desnecessariamente que, diga-se de passagem, não é ruim.
A pequenez de alguns de nossos políticos e de parte da chamada grande impressa é assustadora.
Deus tenha piedade de todos nós brasileiros.
araujo-costa@uol.com.br