Janeiro de 1961. Em Cuba, o ditador Fidel Castro mandou prender 20 sacerdotes da Igreja Católica Apostólica Romana e, ato contínuo, determinou que fossem fuzilados.
O papa João XXIII fez contato com o Núncio Apostólico no Brasil, D. Armando Lombardi, no sentido de pedir ao presidente Jânio Quadros para interceder junto à ditadura cubana e evitar o fuzilamento dos padres.
Jânio Quadros agiu rápido. Conhecia o médico Ernesto Guevara Lynch (1928-1967), que ganhou o apelido de Che durante a revolução cubana e exercia função equivalente à de ministro da Economia de Cuba e, por intermédio dele, Jânio evitou o fuzilamento dos padres que o sanguinário Fidel Castro havia determinado.
Em seguida, os padres foram expulsos de Havana e mandados para a Espanha. O Vaticano ficou grato a Jânio.
Em 19 de agosto de 1961, em Brasília, seis dias antes da renúncia, Jânio Quadros condecorou Che Guevara com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, então a maior honraria concedida a autoridades estrangeiras.
A participação de Che Guevara é conhecida na revolução cubana e na consequente derrubada do presidente Fulgêncio Batista.
A implantação da ditadura em Cuba deu-se com a decisiva participação de Che Guevara, esteio do pensamento comunista da época que ajudou a implantar na “Ilha” dos Castro.
O PT adora ditaduras e o regime cubano, embora se disfarce muito bem de defensor da democracia.
Che Guevara entendia que qualquer organização revolucionária que participasse de eleições deixaria de ser revolucionária. Por isto, a primeira medida tomada pelas ditaduras é abolir o voto livre ou mantê-lo de maneira fraudulenta.
José Dirceu de Oliveira e Silva, que foi presidente nacional do PT e ministro plenipotenciário de Lula da Silva, quando exilado, fez curso de guerrilha em Cuba e lá se valeu de cirurgia plástica para mudar suas compleições físicas e voltar ao Brasil clandestinamente sem ser reconhecido. Deu certo.
Zé Dirceu voltou, casou-se e morou no Paraná durante anos sem ser reconhecido, teve filho e somente revelou a identidade para e esposa após a anistia de 1979. Segredo que só um guerrilheiro bem preparado consegue guardar durante tanto tempo.
Alguns petistas continuam admirando as ideias de Che Guevara, mas o PT gosta mesmo é de dinheiro.
Tramita na Justiça Eleitoral um pedido de cassação do registro do PT. O partido é acusado de receber dinheiro de empresas estrangeiras, o que é proibido por lei. Tanta coisa proibida por lei que o PT fez, que essa é tão-somente mais uma, não faz diferença no seu cipoal de maracutaias.
O vice-procurador-geral eleitoral diz que há “indícios suficientes do recebimento de recursos oriundos de pessoas jurídicas estrangeiras” e se manifestou favoravelmente ao cancelamento do registro do partido.
Supõe-se que a ação vai dar em nada. Se o registro do PT for cassado, os registros de outros partidos, inclusive satélites petistas, também precisam ser cancelados. O que menos existe no Brasil é partido político sério.
Ciente do parecer favorável ao cancelamento do registro do PT, a deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do partido, radicalizou:
“É ultrajante e fantasiosa a admissibilidade pelo vice-procurador-geral eleitoral de pedido para cancelamento do registro do Partido dos Trabalhadores junto à Justiça Eleitoral. Não há provas e nem indícios de que o PT tenha recebido recursos oriundos do exterior, o que nunca aconteceu. A decisão é arbitrária e política, sem amparo em fatos ou na realidade”.
Gleisi sabe que a acusação é robusta. O PT sabe o que fez. Mas eles também sabem que a ação é fogo de palha e o partido não será cassado.
É somente mais uma mancha na história do PT. Nada mais do que isto. Lero-lero, conversa pra boi dormir.
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