Curaçá: razões para acreditar.

Em 2016, salvo engano, o Partido dos Trabalhadores (PT) de Curaçá indicou o professor, mestre e Doutor em Educação Josemar da Silva Martins (Pinzoh), para compor, na condição de vice-prefeito, a chapa de um dos candidatos a prefeito. Decisão sábia, acertada, inquestionável.

Tenho sido crítico do Partido dos Trabalhadores, mas o PT deve estar se lixando para a insignificância deste escrevinhador.

Minhas críticas se amparam no visível divórcio que me permito enxergar entre o discurso do partido e a prática de suas ações, quando no poder de nossa combalida República. Conheço-o bem. Há décadas transito em seu berço ou no que restou dele, em São Bernardo do Campo. Convivi com muitos dos seus abnegados fundadores.

Sonhadores por excelência e irrequietos defensores da moralidade pública, alguns desses fundadores do PT tornaram-se cabisbaixos, decepcionados com o rumo que o partido tomou.

Não era o caminho sonhado por eles no esvoaçar das cinzas da ditadura militar, que cruelmente espezinhou a democracia no período de 1964-1985. Houve um desvio de rumo que não estava no esteio do partido, quiçá seguidos equívocos, em razão da inexperiência e ânsia de poder.

No poder da República, o PT ajustou-se ao ditado, segundo o qual, “quem nunca comeu mel, quando come se lambuza” e descarrilhou a locomotiva que seguia em direção às classes menos favorecidas.

Quero crer que o PT de Curaçá difere, em muito, do PT nacional, o que é atestado pela honradez e seriedade de seus membros e dirigentes curaçaenses, sem perder de vista que os diretórios municipais seguem a linha da direção nacional da agremiação. Precisam cingir-se à determinação estatutária.

Nos pequenos municípios, mormente no Nordeste, o que permanece no imaginário do eleitor é o homem público e não, propriamente, o partido político a que pertence. São resquícios oriundos do coronelismo, que resistem abandonar a política.

Neste particular, Curaçá é rico em homens públicos decentes e bem intencionados.

Em quadro assim, o partido político é tão-somente o arcabouço jurídico necessário para viabilizar as disputas políticas e o exercício do poder em qualquer esfera.   

É razoável reconhecer que no PT nacional também há nomes probos, corretos, irrepreensíveis, ideologicamente afinados com o ideário partidário. Assim, em todo o Brasil.

Curaçá foi contemplado com petistas sérios, decentes, idealistas.

Todavia, os pecados de alguns de seus próceres da direção nacional tiveram o condão de contaminar a agremiação partidária. Mas há o joio, há o trigo, há a necessidade de separá-los.

O PT agasalhou respeitáveis intelectuais, formulou interessantes políticas públicas, engendrou formas de assegurar renda às classes menos favorecidas da sociedade. Começou no rumo certo, mas se perdeu no labirinto de suas próprias vaidades. 

Entretanto, uma coisa é o partido, com seus tropeços, equívocos, desvios do caminho. Outra coisa é a presença de pessoas sérias em suas fileiras. Ainda assim, não se vislumbram resultados promissores do PT nas urnas de novembro vindouro.

No Brasil, há exemplos clássicos de homens públicos que estiveram acima dos partidos políticos, em razão de suas envergaduras morais.

Na Bahia, o ínclito Waldir Pires; em Pernambuco, Miguel Arraes; em Sergipe, Seixas Dória; em São Paulo, Jânio Quadros; em Minas Gerais, Juscelino Kubitscheck.

Quanto ao professor Pinzoh, ressalte-se sua condição de curaçaense de alta nobreza intelectual. Em razão disto, não tenho preparo suficiente para raciocinar sobre suas qualidades, que as avalio inquestionáveis. São muitas, inegáveis e importantes para o universo político-cultural do município.

Contudo, atrevo-me a dizer que o seu nome enriquece qualquer chapa, em qualquer cenário político-eleitoral. Não há dúvida de que sua presença em eventual campanha eleitoral engrandece a política de Curaçá.

Sustentado em minha modesta avaliação, entendo que o professor Pinzoh tem convicções doutrinárias inabaláveis. Isto por si só o credencia para a continuidade de sua luta em benefício de Curaçá.  

Há muitas formas de servir o município, seja na condição de prefeito, vereador ou, simplesmente, fazendo valer ideias e princípios. Pinzoh os tem de sobra.

Entretanto, não tenho conhecimento se na atual engrenagem político-partidária de Curaçá, visando às próximas eleições, o nome do professor Pinzoh vem sendo considerado na construção dos novos rumos do município.   

Oxalá ele faça parte das discussões que se travam sobre o futuro de Curaçá.

De qualquer forma, tenho razões para acreditar no surgimento de novas ideias que venham soerguer o povo de Curaçá.

araujo-costa@uol.com.br

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