João Dória (PSDB), o governador-pavão de São Paulo, em reunião com o ministro da Saúde e governadores, levou uma carraspana de Ronaldo Caiado, governador de Goiás.
Tudo porque João Dória se portou com arrogância na reunião e chamou para si a paternidade da vacina contra o coronavírus, fato que os demais governadores não aceitam e, por óbvio, não podem aceitar.
João Dória faz uso político das lágrimas e das dores dos que sofrem em razão do covid-19. É vergonhoso e ridículo o comportamento do governador de São Paulo. Beira à insanidade.
João Dória chegou até a anunciar, um dia antes da reunião, a data de início da vacinação em São Paulo, sem sequer a Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) ter aprovado os procedimentos necessários quanto à eficácia e segurança da vacina, dentre outros protocolos.
O protagonismo para imunizar a população do Brasil é do Ministério da Saúde, através de campanha nacional de vacinação e não do governador-pavão de São Paulo, mesmo considerando o atraso do governo federal no planejamento e na definição do programa de vacinação.
O escritor Nelson Rodrigues dizia que “o pior da bofetada é o som”.
O som da bofetada verbal de Ronaldo Caiado em João Dória deve indicar ao governador paulista o caminho da humildade, que ele nunca viu, não sabe o que é.
Magnata, que nunca viu a pobreza à sua porta, João Dória se escora no sofrimento alheio para se projetar politicamente. A ânsia pelo poder lhe causa cegueira, fecha-lhe a capacidade de compreender a dor dos que sofrem.
Concordaram com a posição de Ronaldo Caiado (DEM-GO), os governadores Camilo Santana (PT-CE), Ronaldo Leite (PSDB-RS) e Renato Casagrande (PSB-ES).
Como a reunião era para tratar de vacina e não de palanque eleitoral, como queria o governador-pavão de São Paulo, João Dória saiu de lá com cara de galo, melhor, com cara de pavão.
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