Vacina contra a insanidade

“É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida” (Frase atribuída ao escritor americano Maurice Switzer).

Os jornais publicaram que nosso ministro da Saúde perguntou, acintosamente: “Por que essa ansiedade, angústia?”.

O ministro se referia à pressa dos brasileiros pela definição da vacina contra o covid-19 e a cobrança que a sociedade está fazendo sobre a aparente hesitação do governo do Brasil quanto às tratativas para a aquisição das vacinas.

Esta pergunta é imprudente, insensata e inoportuna. É um acinte aos brasileiros.

A resposta que o ministro da Saúde não sabe é simples: já morreram milhares, estão morrendo mil pessoas por dia no Brasil e centenas de outras estão sendo infectadas todos os dias. É o caminho cruel em direção à morte.

Os hospitais em todo Brasil já não dispõem de estrutura para atender a grande quantidade de internações diárias e necessárias, inclusive os particulares, para quem pode pagar.

A rede pública hospitalar se esgotou. Melhor dizer: acabou.

Estamos perdendo diariamente parentes e amigos e muitos brasileiros estão sofrendo com a doença, na difícil luta pela vida.

Estamos assustados, compreensivelmente assustados. Não se trata de pressa, mas de desespero.

Nossa esperança está no governo que a maioria escolheu nas urnas, democraticamente, para cuidar da administração do Brasil e, por isto, exigimos pressa das autoridades.

O generalíssimo ministro Pazuello talvez esteja precisando tomar urgentemente uma vacina contra a insanidade.

Ou ficar calado.

araujo-costa@uol.com.br

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