Estão aí as razões pelas quais o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) não tem interesse em votar as privatizações pretendidas pelo governo federal, quaisquer que sejam os governos.
O Ministério da Economia divulgou a lista parcial de benefícios de 46 empresas estatais com controle direto da União, dentre elas Petrobras, Eletrobras e BNDES.
Essas empresas são antros de apadrinhamento de políticos, com ou sem mandato, de modo que, se privatizadas, esses políticos perdem as mordomias asseguradas a filhos, genros, noras, parentes, aderentes, amigos, amigos dos amigos, avó do amigo do filho do amigo e et cetera.
A seguir, alguns exemplos estarrecedores:
O adicional de férias que nas empresas privadas é 1/3 do salário, de acordo com a CLT, na Petrobras é 100%, ou seja, as férias correspondem ao dobro do salário do privilegiado.
O salário médio na Petrobras é R$ 18.930,00 e no BNDES é R$ 29.200,00 e teto de R$ 75.600,00, o que se depreende que há funcionário ganhando esse valor e/ou acima disto, considerados os penduricalhos.
A Petrobras paga por mês R$ 1.261,65 para cada filho de funcionário menor de 18 anos, a título de ajuda educacional. Só a título de ajuda educacional.
Somente para lembrar, milhões de aposentados brasileiros ganham um salário mínimo por mês, R$ 1.100,00.
O BNDES paga para cada funcionário R$ 3.673,63, a título de assistência à saúde, mesmo sendo aposentado da estatal e 13 cestas de alimentação a um custo que varia de R$ 654,88 a R$ 1.521,80.
Só para se ter uma ideia do desperdício de dinheiro público, devemos considerar que o BNDES tem 2.500 funcionários.
O Ministério da Economia diz que há funcionários na Petrobrás que ganham R$ 106.189,00. Esses afortunados quando saem de férias embolsam nada menos do que R$ 212.378,00, acrescido de todas as demais vantagens acima referenciadas e outras mais.
Na Eletrobras, dentre um sem número de benefícios, a empresa paga para cada filho de funcionário até 6 anos de idade a quantia de R$ 863,83, a título de ajuda–creche.
Fiquemos nesses exemplos. Persistir com a lista dá enjoo.
Taí as explicações pelas quais deputados e senadores se negam a discutir as privatizações.
Privatizar significa suprimir a mamata de parlamentares e seus privilegiados.
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