Lula da Silva cresce sob as bênçãos do ministro Fachin

O Datafolha, em pesquisa presencial, aponta que Lula da Silva está à frente do presidente Bolsonaro na disputa pela presidência da República, com vistas às eleições de 2022.

Num dos confortáveis cenários, Lula supera Bolsonaro em, pelo menos, 23%. Isto deixou a esquerda em estado orgástico, embora faltando um ano e meio para as eleições presidenciais.

A situação só mudará se o presidente Bolsonaro se livrar dos mentecaptos que o cercam, a começar pelos filhos truculentos e os integrantes da direita radical e extremistas de toda ordem.

O presidente da República está rodeado de tolos, idiotas e malucos, que não têm nenhuma noção do que seja governo. São deslumbrados da direita  imbecilizada que somente dificultam o governo e arranham a popularidade do presidente.

Soma-se o costumeiro destempero do presidente da República, que é um sábio milenar quando está calado.

Portanto, se o cenário não mudar e o ex-presidente continuar crescendo nas pesquisas, o ministro Edson Fachin já pode arrumar as malas para deixar o Supremo Tribunal Federal e assumir a função de ajudante-de-ordem de Lula da Silva no Palácio do Planalto.

Ajudante-de-ordem, para lembrar, é uma digníssima função auxiliar do presidente da República. Exerce-a o assistente imediato, o secretário particular, uma espécie de sombra do presidente.

O ajudante-de-ordem é o dono da maçaneta da porta –  qualquer porta – por onde entra e sai o presidente da República. É o condutor da pasta com os pertences pessoais do presidente, tais como creme dental, escova de dente, pentes e outros penduricalhos mais. 

O ministro Edson Fachin cavou pacientemente essa função. Supõe-se que desde a época que subia em palanque para pedir votos para D. Dilma Rousseff que – muito grata – o nomeou ministro do Supremo Tribunal Federal.

Em data recente, Edson Fachin declarou que a 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba é incompetente para processar e julgar o ex-presidente Lula e, em consequência, anulou todos os processos que o envolviam, coisa que, na condição de relator da Lava Jato, poderia ter feito há cinco anos, como insistentemente pediu a defesa do ex-presidente.  À época, sem êxito.

Só agora Fachin determinou que as ações judiciais devem começar da estaca zero, desta vez no foro de Brasília.

Um maná para Lula da Silva. Até ser julgado novamente, já teremos ultrapassado pelo menos mais uma década que virá rebocando prescrições e outros benefícios.

Não precisa ser especialista em Lógica, nem mestre em Tratado da Consequência, para entender que Fachin deixou aproximar-se 2022 para anular as sentenças de Lula e permitir a inserção do nome do ex-presidente nas urnas.

Diante da exiguidade do tempo que nos separa de 2022, não haverá mais espaço para eventuais sentenças condenatórias, julgamento em segunda instância e inclusão de Lula na Lei da Ficha Limpa.

Edson Fachin desobstruiu o caminho eleitoral de 2022 e colocou Lula da Silva em condição de elegibilidade e, portanto, apto juridicamente para disputar a presidência da República em 2022.

Antes, Fachin teve o cuidado de combinar a decisão com os demais colegas de tribunal que, para inglês ver, disseram-se “surpresos” e “perplexos” com a posição de Fachin, mas referendaram-na com urgência incomum no STF.

Nada mais justo que o ministro Edson Fachin assuma a função de ajudante- de-ordem de Lula, num eventual mandato presidencial a iniciar-se em janeiro de 2023.

Até por um dever de gratidão e lealdade, Lula da Silva deve levá-lo para cuidar de sua maçaneta.

araujo-costa@uol.com.br

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