Em 21 de fevereiro último, escrevi neste espaço uma crônica sobre João Bosco de Menezes (Joãozito), de Chorrochó, que tomou o caminho em direção à eternidade.
Há alguns anos, em momento de alegria e de sorrisos, eu escrevia outra crônica, esta em razão do nascimento de João Marcus, neto de Joãozito.
Não sei se Joãozito chegou a ler a crônica de João Marcus.
Reproduzo-a abaixo e dedico à memoria de Joãozito, uma das boas criaturas que conheci na vida.
A saudade hoje me veio visitar. Ela insiste em fazer isto.
Crônica de João Marcus
A notícia é alvissareira. João Marcus está chegando em terras da Bahia, com muita pompa e alegria.
É filho de Pollyanna e Marcus Vinicius. Chorrochó está alegre, a Bahia está alegre, todos os santos da Bahia estão alegres.
Os avós Neusa Maria Rios Menezes de Menezes e João Bosco de Menezes, Consuelo Correia da Silva e Francisco de Assis Silva, nesta quadra do tempo, já se estão em estado de graça.
É assim que os avós recebem os netos, em êxtase, em estado indecifrável de carinho, flutuando em contentamento, anestesiados de afeto e entusiasmo.
João Marcus, que tem nome expressivo e forte, vai integrar este nosso mundo, que nós, que chegamos primeiro, ainda não conseguimos decifrá-lo.
Mas ele está trazendo a paz de criança, a inocência do nascer e a alegria do encontro familiar, para preencher este vazio tão presente em todos nós, que estamos habituados a nos preocupar somente com coisas de gente grande. E coisas de gente grande precisam de alegria, de bálsamo para amenizá-las.
Eu que tenho a petulância de ser amigo da família de João Marcus e o atrevimento de dizer que sou, estou me sentindo feliz.
Já estou até pensando que o mundo vai ficar melhor com a chegada do João Marcus.
Se o mundo dos outros não ficar, o nosso mundo baiano ficará. Porque nosso mundo não é tão grande assim, que a felicidade não possa preenchê-lo.
É a Bahia, é Chorrochó, são as famílias de lá. Nosso mundo é muito bonito, aconchegante, hospitaleiro, simples, muito simples.
Gostamos de amizades, de amigos, de jogar conversa fora, de saber como os amigos vivem, porque a amizade é como o sândalo, perfuma a vida. E ainda temos um privilégio enorme: somos abençoados por Senhor do Bonfim.
Como disse outro Marcus (Tullius Cícero), pensador e filósofo, nascido em Roma antes de Cristo, “a vida é um prestígio que Deus nos deu. Plante sua árvore da vida e viverá eternamente”.
Se for assim – e acho que é – Pollyanna e Marcus Vinicius já plantaram a sua árvore. Estão muito prestigiados.
Quero ver o sorriso deste João Marcus e a mudança que ele vai fazer em torno da família. Seja bem vindo, rapaz. Que Jesus Cristo, redentor do mundo, lhe dê amparo em todo o seu viver.
araujo-costa@uol.com.br
Post scriptum:
Ainda não vi o sorriso de João Marcus, como desejei na crônica. Imagino suas lágrimas com a perda do avô Joãozito, seu coração apertado com a ausência.
Minha dor é diferente da sua, João Marcus. Mas eu também sinto a falta dele.