O PCdoB e a “morte” de Gleisi Hoffmann

A melhor propaganda anticomunista é deixar um comunista falar” (Paulo Francis, jornalista e escritor, 1930-1997).

Modelo de regime político admirado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e parte de nossa esquerda caótica, o comunismo de Cuba está se desmoronando.

A população saiu às ruas de Cuba em protesto contra a falta de comida, esfacelamento do serviço de saúde e aumento da pandemia do coronavírus.

Lá, como cá, o governo negligenciou no combate à pandemia. Aqui, um presidente amalucado de direita extremada; em Cuba, um presidente estruturado em base decadente e sórdida.

No Brasil, o comunismo é representado, basicamente, pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que nasceu de uma dissidência do velho Partido Comunista Brasileiro (PCB), de Luís Carlos Prestes, Jacob Gorender, Carlos Marighella, Apolônio de Carvalho, Oscar Niemeyer e de tantos outros idealistas de princípios, tão escassos nos dias de hoje.

Entretanto, o PCdoB corre o risco de acabar. Com a saída de Flávio Dino, do Maranhão, único governador do partido, acendeu o sinal amarelo na agremiação.

Flávio Dino sonhava em ser o candidato de Lula da Silva em 2022.

O ministro petista Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, resolveu retribuir o favor que o PT lhe fez com sua nomeação, cancelou as sentenças de Lula e Flavio Dino baixou a crista. Foi se abrigar no Partido Socialista Brasileiro (PSB).

A presidente nacional do PCdoB, salvo engano, é vice-governadora de Pernambuco, mas não tem cacife para levantar o partido e evitar sua derrocada.

Em 2022, o PCdoB vai precisar eleger 11 deputados federais, em razão da cláusula de barreira, que exige dos partidos votação mínima de 2% dos votos válidos em nove Estados, para que possam continuar existindo legalmente.

O quadro parece difícil para o PCdoB, que se esteia no marxismo-leninismo, seu maior pilar, teoria muito desgastada na sociedade. A saída será fazer a fusão com outro partido, coisa que para o PCdoB não é novidade. O partido é apêndice e penduricalho do PT.

O PCdoB enfrentou a ditadura militar, viveu na clandestinidade e organizou a guerrilha do Araguaia, quando morreu um de seus fundadores e destacado dirigente, Maurício Grabois.

Em Cuba, o governo de lá parece ter optado pelo anticomunismo, segundo a teoria de Paulo Francis: a direção do partido está falando muito para justificar o estado de penúria por que passam os cubanos, que decidiram protestar.

Das duas, uma: ou terá fuzilamento, nos moldes de Fidel Castro, ou o comunismo cubano vai virar escombros.

O governo de Cuba já está trancafiando quem participa dos protestos. Depois, será escuridão, não se sabe o que poderá acontecer.

A “morte” de Gleisi Hoffmann

A jornalista Mônica Bergamo, esquerdista acima de qualquer suspeita, publicou em sua coluna na Folha de S.Paulo um caso hilário.

Mônica Bergamo escreveu que a presidente nacional do PT não consegue se vacinar com a segunda dose do imunizante, por uma razão muito simples: já morreu.

Após tomar a primeira dose, Gleisi Hoffmann foi informada por profissionais da saúde que o nome dela foi baixado, por morte, no sistema do SUS.

Gleisi correu atrás e constatou que o procedimento da baixa foi feito corretamente, com base nos documentos dela.

Agora ela tenta provar que está viva para receber a segunda dose da vacina.

Ironia do destino: consta que o apelido de Gleisi Hoffmann no SUS é “Bolsonaro”. Menos mal. Melhor do que o apelido que ela recebeu na Planilha da Odebrecht.

Enquanto Gleisi Hoffmann não provar que está viva, não vai poder fazer turismo em Cuba e assistir aos escombros do comunismo que ela e seu partido tanto enaltecem.

araujo-costa@uol.com.br

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