“De circunlóquios nada sei.
O caso conto como o caso foi.
Na minha frase de constante lei,
O patife é patife; o boi é boi.”
(Cônego Batista Campos, Jornal O Paraense, Século XIX)
Que pandemia que nada!
Pandemia, desemprego e economia raquítica só existem para deputados e senadores quando é para criticar o governo federal.
Quando se trata de beneficiar os bolsos de Suas Excelências, não há pandemia, o desemprego é relativo e a economia vai muito bem, sim senhor.
O Congresso Nacional aprovou R$ 5,7 bilhões para o fundo eleitoral de 2022.
Nas eleições de 2020 o fundo era R$ 2 bilhões. Ou seja, eles aumentaram R$ 3,7 bilhões para gastarem na campanha eleitoral do próximo ano.
Esses parasitas do Congresso Nacional votam esta e outras matérias de seus interesses, sem nenhum estardalhaço, geralmente sem discussão, sem debate, silenciosamente, quase sempre em votação simbólica.
O dinheiro arrancado dos cofres públicos será dividido entre os partidos políticos para eles gastarem a seu talante, como bem entenderem.
Depois deputados e senadores saem por aí, diante dos holofotes, criticando a falta de hospitais, de leitos, de remédios, de assistência governamental aos mais necessitados e outras coisas mais.
Pergunta-se: onde estão, por exemplo, os “honestos” senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL) e Omar Aziz (PSD-AM) e outros tantos hipócritas do Congresso Nacional que, quietinhos, votaram a favor da mamata?
Os parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) que vivem criticando o fraco desempenho da economia, falando de desemprego e de descuido com a pandemia, também votaram quietos a favor do aumento do fundo eleitoral.
Por que? Porque o PT é o maior e grande beneficiário do fundo eleitoral.
O PT é o primeiro no topo da lista.
Nas eleições municipais de 2020, o PT abocanhou R$ R$ 200.925.914,05. São milhões do fundo eleitoral, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, que faz a conivente distribuição da bufunfa aos partidos políticos.
Alguém já viu Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, criticando o aumento do fundo eleitoral?
Entretanto, certamente alguém já viu ela dizer que o auxílio emergencial é irrisório e que os pobres estão desamparados e que só os governos do PT tiraram os miseráveis da linha da pobreza.
Onde estão estes novos ricos que o PT os elevou à prosperidade?
Cadê as manifestações contrárias à ampliação do fundo eleitoral dos combativos deputados José Guimarães (PT-CE), que o imaginário popular o apelidou de “dólar na cueca” e do deputado Paulo Pimenta (PT-RS) ambos tão defensores da moralidade pública?
A democracia ainda é o melhor regime político. E sempre será.
Mas produz, em turbilhões: patifes, parasitas e outros infames que vivem enganando a sociedade.
Pior: há quem acredite neles. Mais do que isto: há quem os defenda.
araujo-costa@uol.com.br