
“Aprendi que não há homem meio honesto. Ou são inteiramente honestos ou não o são” (Jânio Quadros, 1917-1992)
Adonai Matos Torres, nascido em 22.08.1925 e falecido em 30.10.2007, seguramente foi o político de maior destaque de Patamuté antes da ascensão de Theodomiro Mendes da Silva.
Entretanto, na época de Theodomiro, que foi prefeito de Curaçá por dois mandatos (1973-1977/1983-1988), surgiram outros homens públicos que também se dedicaram inegavelmente ao distrito. Exemplos, que não são únicos: João Brandão Leite e João Pedro Cunha (Didi). Ambos foram vereadores de Curaçá.
Noutra quadra do tempo, mais tarde, da mesma linhagem familiar de Adonai, outros filhos de Patamuté foram vereadores de Curaçá e o fizeram com brilhantismo e considerável destaque e dedicação ao lugar: José Valberto Matos Leite e Anselmo Vital Matos (legislatura 2000-2004), ambos sobrinhos de Adonai.
O cotidiano de político do interior é sinônimo de presença diuturna na vida das pessoas carentes. Adonai fez isto com maestria. Filho de Otaviano Matos, major da Guarda Nacional, uma honraria instituída pelo Império e neto do coronel Galdino Ferreira Matos (1840-1930), primeiro chefe político de Patamuté, Adonai herdou de seus ascendentes o gosto e a dedicação à causa do povo.
A política partidária foi sua glória e seu fracasso.
Político marcadamente populista, Adonai entendia que o povo é a razão de ser do homem público. Assim, teve seus momentos efêmeros de glória e outros tantos de fracasso, que não ofuscaram sua biografia.
Tinha qualidades inquestionáveis, dentre essas a fidelidade aos amigos e o respeito aos eleitores.
Quando aliado do prefeito José Félix Filho (Zé Borges), talvez nesse período tenha experimentado o auge de sua glória como político e representante de Patamuté.
Seu declínio político deu-se espontaneamente, por não mais acreditar nos homens da terra e em razão de decepções constantes e traições de próprios correligionários.
Homem sincero, Adonai não aceitava falhas de caráter. Nunca transigiu com falcatruas e jamais aceitou vantagens para flexibilizar as posições que defendia.
Irredutível em seus pontos de vista, a tocha que iluminava o seu caminho era a honestidade. Quando os ventos deixaram de lhe ser favoráveis, achou melhor ficar à margem da política, não obstante décadas de presença e atuação na vida de Patamuté.
Casado com D. Cleonice Pedroza Torres, uma elegante e respeitável senhora e esposa exemplar, Adonai constituiu família numerosa. Com ela viveu seus dias de ostracismo político, recolhido aos ditames de sua consciência.
A esposa Cleonice era sua fortaleza e seu esteio. Com ela dividiu os momentos de glória e de angústia.
Exemplo de dedicação aos filhos, mesmo em tempo de dificuldades, deixou-os criados, encaminhados profissionalmente, respeitáveis e moralmente sadios.
Homem de caráter irrepreensível, a atividade política de Adonai não lhe tirou a capacidade de dedicação aos mais humildes, independentemente de cor partidária. Era presença de destaque em tudo que se discutia no distrito de Patamuté.
Em 13.06.1968 foi um dos fundadores da Sociedade 13 de Junho de Patamuté e fez parte de sua primeira Diretoria ao lado de Manoel Brandão Leite, Mário Matos Lopes, José Mendes Fonseca e José Gomes Reis Filho.
Exemplo de homem público, Adonai Matos Torres deixou um legado para Patamuté: a honestidade e o amor que sempre dedicou à terra. Filho ilustre do lugar, merece ser reverenciado, sempre.
A história também se escreve com os ideais dos antepassados que indicaram, cada um a seu modo, o caminho por onde hoje trilhamos.
Adonai faz parte da história de Patamuté.
araujo-costa@uol.com.br
Toda família que é pautada nos valores da honestidade tornam-se parte da muralha guardiã desse imenso país chamado Brasil. Deus é convosco família Matos Torres!
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