“Brasil de ontem e de amanhã! Dai-nos o de hoje, que nos falta” (Ruy Barbosa, 1849-1923).
Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI:

Omar Aziz responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por “crimes praticados contra a administração em geral, emprego irregular de verbas ou rendas públicas”. Noutras palavras: desvio de recursos da saúde, quando governador do Amazonas.
Três pessoas do núcleo familiar de Omar Aziz foram presas pelo desvio de verbas públicas da saúde. Ele escapou da prisão em razão do foro privilegiado.
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI:

Quando era deputado estadual no Amapá pelo PSOL, Randolfe Rodrigues foi acusado de participar do“propinoduto do Amapá”, também conhecido como “mensalinho”, antecedente do mensalão do PT. Acusação: recebimento de propina no período de 1999 a 2002, em troca de apoio ao governador João Capiberibe.
A acusação foi instruída com recibos assinados por Randolfe, quitando os valores recebidos do governador. Houve perícias, uma delas feita pelo abalizado perito Ricardo Molina (UNICAMP), que confirmou a autenticidade das assinaturas.
Eleito senador, o processo de Randolfe Rodrigues foi para Brasília, em razão do foro privilegiado.
Roberto Gurgel, então procurador-geral da República não deu seguimento ao caso. Em razão do ineditismo da situação, Roberto Gurgel entendeu “não ser crível que um parlamentar comprado assine um recibo”. E o senador Randolfe está aí, impoluto e com reputação ilibada.
Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI:

Renan Calheiros responde a nove inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, dentre outros delitos.
São esses senhores que se acham habilitados moralmente para investigar corruptos na CPI da Pandemia.
“Brasil de ontem e de amanhã! Dai-nos o de hoje, que nos falta”.
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