Não sei exatamente se é um princípio de Física ou de Psicologia ou de nenhuma dessas ciências, mas o fato é que li nalgum lugar, que os opostos se atraem.
Já se vão distantes minhas aulas ginasiais. A memória tropeça, claudica, me envergonha.
Mas – parece – cientificamente os opostos não se atraem ou ainda são objetos de discussão, o que aqui não interessa.
À semelhança do que dizia o escritor e jornalista baiano Raimundo Reis, do antigo município de Santo Antonio da Glória, não sou filósofo para querer saber a origem das coisas.
A Folha de S. Paulo, que num dia fala mal do presidente Bolsonaro e no outro também, ao tempo em que elogia desbragadamente o governador paulista João Dória (PSDB), teve que se curvar à ultima pesquisa do seu instituto DataFolha e admitir que tanto Bolsonaro quanto João Dória estão empatados no quesito aprovação de seus governos (24%),embora desta vez a pesquisa não tenha incluído Bolsonaro na sondagem.
A reprovação a João Dória, segundo o DataFolha está na casa de 38%, entre ruim e péssima.
Isto significa dizer que, se estão tecnicamente empatados na aprovação, presume-se que ambos – Bolsonaro e João Dória – colecionam reprovação idêntica, considerando que a nota média de aprovação do governador de São Paulo situa-se no patamar de 4,7%.
Logo, no quesito ruindade, Bolsonaro e João Dória se equivalem.
João Dória patina no interior de São Paulo, onde quase ninguém gosta dele, com ligeira melhora na região metropolitana e Bolsonaro escorrega em todo o Brasil.
Mesmo que cientificamente os opostos não se acheguem, politicamente é provável que sim. Inegável, talvez.
Em certas ocasiões, os ruins também se atraem.
Nas eleições de 2018, João Dória se pavoneou, como ainda hoje o faz e até inventou um slogan “Bolsodória” que estampou em camisetas e demais propaganda política para significar que ele e Bolsonaro estavam juntos. E estavam.
João Dória se elegeu governador na esteira do prestígio que até então Bolsonaro gozava eleitoralmente.
Eleito, arrogante e traidor, João Dória depois virou-lhe as costas, o que não é, propriamente, sinal de bom caráter.
João Dória vai disputar as prévias do PSDB com outras figuras conhecidas do partido. Mais forte é o governador Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul.
Mas João Dória tem chances de ganhar as prévias, em razão do peso político de São Paulo e de suas constantes e frequentes viagens por todo o Brasil, cujos jatinhos e outros regabofes até agora ele não disse quem paga.
De qualquer modo, hoje Dória e Bolsonaro situam-se em patamares iguais.
Embora se digam opostos, são politicamente ruins e isto os aproximou.
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