Em Curaçá falta esperança.

Os Programas de Aceleração do Crescimento, os chamados PACs, estiveram em evidência nos governos petistas de Lula da Silva e D. Dilma Rousseff e se transformaram numa espécie de carro-chefe daqueles governos.

Esses programas devem ter acelerado alguma coisa, sim.

Em Curaçá, na região do Submédio São Francisco, à época desses programas tocados pelo governo federal, o município foi beneficiado, salvo engano, com algumas retroescavadeiras que se destinavam à agricultura local e familiar, inclusive limpeza e formação de aguadas.

Tudo bem, tudo muito direito.

Por outro lado, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) da Bahia desenvolve um projeto chamado PROMER (Projeto de Mecanização Rural) que é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) e consiste dito projeto em fazer convênios com as prefeituras baianas no sentido de beneficiar famílias no preparo de solo e limpeza de aguadas, com claros reflexos na agricultura familiar.

É uma forma eficiente de assistência ao homem do campo que, convenhamos, torna-se valiosa e necessária.

Tudo bem, tudo muito direito.

Não obstante isto ou tudo isto, sabe-se que em Curaçá pequenos proprietários rurais vinham reclamando com a falta de assistência da Prefeitura no sentido de fazer chegar esses benefícios a alguns deles.

No caso do PROMER cabe à Prefeitura, através de seus órgãos competentes, informar o governo estadual sobre cadastros, prioridades de inscrições e demanda do município.

Parece aí haver a falha ou isto não está sendo razoavelmente explicado à população, inclusive no que tange a eventuais convênios.

O exercício da função pública exige transparência, o que pressupõe, em última análise, que o munícipe não deve ser engambelado com conversas de cerca-lourenço.  

Este  blog recebeu informação de que na região de Patamuté, por exemplo, há gritante falta de atenção da Prefeitura relativamente a alguns pequenos proprietários rurais, mormente no que tange à limpeza de aguadas, de resto sustentada por esses programas que, a rigor, ajudam o município a cuidar de sua população rural.

E aqui não se discute se esses equipamentos chegaram ao município através de PAC, emendas parlamentares ou outro caminho qualquer e, menos ainda, partidos ou políticos aliados ou não ao prefeito.

Discute-se a eficiência em utilizá-los, inclusive a manutenção permanente e necessária.  

Houve um caso em Patamuté em que o pequeno agricultor solicitou os serviços de uma máquina para limpar pequena aguada em sua diminuta propriedade,porque, segundo ele, achava que tinha direito.

Ledo engano. Direito ele pode ter. Difícil é exercê-lo.

“Cansei de pedir” – diz o desesperançado agricultor.

“Uma hora dizem que a máquina está quebrada, outra que não tem combustível, que vão entrar em contato e por aí vai”, acrescentou o abandonado homem do campo.

Mas o que parece mais grave é a Prefeitura nunca agendar o serviço desse agricultor, apesar de suas constantes solicitações.

A Prefeitura deixa o coitado a ver navios, o que chega a ser uma crueldade, porque nem navios há por lá.

Por mera curiosidade, perguntei ao abandonado lavrador da caatinga de Patamuté, se ele tinha votado no atual prefeito de Curaçá.

Disse que sim. “Até gostava desse camarada”, disse ele.

Ousei dar-lhe uma sugestão:

– Então, não espere a máquina. Ela nunca vai fazer seu serviço, nem lhe socorrer nesse momento de extrema necessidade. Espere as urnas das próximas eleições e vote contra o prefeito, contra o candidato do prefeito, contra o vereador do prefeito.

Em Curaçá está faltando esperança.

araujo-costa@uol.com.br

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