Política atrapalha vacinação na Bahia

O governo da Bahia anunciou semana passada que aproximadamente 3 milhões de baianos não receberam a segunda dose da vacina contra a covid-19. Logo, essas pessoas não estão imunizadas.

Então, pode estar havendo desperdício de vacinas, mas o governo do estado não admite isto, ainda.  

O governo baiano pondera que “uma vez enviadas aos municípios, as doses só mantêm a validade em temperatura positiva pelo prazo de até 31 dias”, segundo informação da Secretaria de Saúde da Bahia relativamente às doses da Pfizer.

Isto significa dizer, noutras palavras, que passados os 31 dias, as vacinas perdem a eficácia e/ou validade.

O governador Rui Costa (PT) anunciou que vai regulamentar a exigência de comprovante de vacinação para quem procurar unidades de saúde, inclusive hospitais e orientou os municípios que editem decretos neste sentido, num esforço compreensível de imunizar toda a população.

Presume-se que a orientação deve ser para todos e não somente para quem necessita de acesso ao sistema de saúde.

Mas Rui Costa está em cima do muro, qual tucano do PSDB, sobre se vai proibir ou não festas de final do ano e, mais do que isto, o carnaval de 2022, comprovadamente eficiente condutor de transmissão da doença.

Entretanto, nota-se que o governador Rui Costa não tem logrado êxito na organização do combate à pandemia no estado.

Primeiro, enquanto presidente do Consórcio Nordeste, Rui Costa se enrolou na compra de respiradores, que pagou adiantado (cerca de R$ 48 milhões) e tais respiradores nunca foram entregues.   

Segundo, o governador viu Bruno Dauster, seu secretário da Casa Civil, afogando-se em acusações de corrupção na aquisição desses mesmos respiradores fantasmas, em pleno auge da pandemia.

O secretário acabou sendo demitido, mas nada esclareceu, por enquanto.

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, estado prejudicado com a compra de Rui Costa, criou uma CPI para esclarecer o caso e convocou o ex-secretário de Rui Costa para depor, mas o homem ficou caladinho da silva, não disse uma palavra sequer e nada explicou aos deputados potiguares sobre a acusação do suposto pedido de superfaturamento como condição para a compra dos respiradores, o que significa entender tratar-se de pedido de propina.

Num conluio espúrio entre eles, os membros da CPI da Pandemia do Senado se recusaram a investigar o Consórcio Nordeste, para não melindrarem os governadores da Região, notadamente contrários ao governo federal.

O fato é que quase 3 milhões de pessoas que moram na Bahia não seguiram o caminho vacinal e, óbvio, isto compromete toda a população do estado.

Mais do que isto: as vacinas podem perder a eficácia/validade, o que até agora o governo baiano não admite, embora seja uma possibilidade real.

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araujo-costa@uol.com.br

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