Um leitor questiona este escrevinhador se “formador de opinião se acha no direito de falar mal de todo mundo a torto e a direito”.
Não. Não acho.
Contudo, esclareço que não me considero formador de opinião. Se, nalgumas situações, meus modestos pontos de vista servem para ajudar algumas pessoas a discernirem certos emaranhados dos tropeços da vida, mormente política, isto me basta.
Nunca tive a pretensão de indicar o caminho supostamente certo para qualquer pessoa, mesmo porque, muitas e constantes vezes, as encruzilhadas me mostram surpresas.
Outro dia encontrei um conhecido de longa data, com cara de desembargador aposentado (todo juiz se acha o máximo, mesmo aposentado), lulista até a alma, que foi logo dizendo: “hoje não li seu blog e não gostei”.
Pergunto a razão de tanta ojeriza a este humilde escrevinhador e ele esclareceu, para me provocar: “você fala mal do Lula, dia sim e outro também”.
Tento contemporizar. Não tenho nada contra Lula da Silva, nem costumo falar mal de nosso feliz morubixaba de Caetés, até em razão do tempo que o conheço.
Conheço Lula desde o tempo que ele era pobre. Em São Bernardo do Campo, acompanhei os passos de Lula rumo aos degraus do sucesso político. Lá, mais na frente, ele se desviou para o despenhadeiro moral, nódoa que nunca mais se vai desgrudar de sua biografia, condenado judicialmente ou não.
A condenação moral é mais cruel, cortante, lancinante. O tribunal da consciência coletiva não costuma absolver os desvios de conduta.
Mas daí a dizer que costumo falar mal de Lula vai uma grande e elástica distância. Não é meu feitio, nem tenho razão para isto.
Contudo, gosto das lorotas de Lula, das mentiras cabeludas que Lula conta, dentre essas a de que tirou os brasileiros da miséria e da linha da pobreza e quando o PT estava no governo o Brasil era um paraíso, mesmo sem Adão e Eva.
Lula deveria ser humorista e não político. Mas se ele tivesse escolhido a carreira de humorista não teria tanto dinheiro como amealhou fazendo política.
Outro leitor, mais sisudo, beirando ao esbregue, disse que não gostou de um artigo que escrevi sob o título Sérgio Moro e chapéu de couro são incompatíveis.
Esse atento leitor deve ser futuro eleitor de Moro. Que Deus tenha piedade dele, de todos nós e deste Brasil altaneiro.
Outro educado leitor, que não diz a idade, mas presumo que seja jovem, repreende-me em relação a artigo que escrevi versando sobre os senadores da Bahia.
Noutras palavras, eu havia dito que a Bahia tem um senador e dois arremedos de senador.
O leitor puxou a sardinha para o lado de um senador que admira, espinafrou outro que detesta e por fim sentenciou: “o senhor só devia falar sobre aquilo que sabe”.
O leitor tem razão. Vou tentar.
araujo-costa@uol.com.br