Os “honestos” procuradores da República

“Na vida, nunca vi um rei que não estivesse nu” (Joel Silveira, jornalista sergipano, 1918-2007)

O Tribunal de Contas da União (TCU) investigou e descobriu.

Os procuradores da República que atuaram na operação Lava Jato e arrotavam honestidade cometeram deslizes que beiram à imoralidade, para dizer o mínimo.

Embora morando em Curitiba, sede da operação Lava Jato, esses procuradores recebiam diárias e passagens dos cofres públicos (leiam-se: impostos que pagamos), como se morassem fora e lá trabalhassem.

O TCU quer que os espertos procuradores devolvam o dinheiro embolsado indevidamente:

Antonio Carlos Welter: embolsou R$ 506 mil em diárias e R$ 186 mil em passagens;

Carlos Fernando dos Santos Lima: embolsou R$ 361 mil em diárias e R$ 88 mil em passagens;

Diogo Castor de Mattos: embolsou 387 mil em diárias;

Januário Paludo: embolsou R$ 391 mil em diárias e R$ 87 mil em passagens;

Orlando Martello Júnior: embolsou 461 mil em diárias e R$ 90 mil em passagens.

O chefe deles, Daltan Dallagnol que, segundo o TCU, criou a maracutaia, também está na mira do TCU para devolver a bufunfa recebida indevidamente, de forma solidária, assim como o então procurador-geral da República Rodrigo Janot, aquele que foi flagrado às escondidas reunido no fundo de um boteco, em Brasília, atrás de grades de cervejas, em conversa com advogado de réus da Lava Jato.

O Tribunal de Contas da União (TCU) alega que ditos procuradores criaram uma situação supostamente transitória, para justificarem o recebimento do dinheiro: moravam em Curitiba, mas informaram que continuavam morando em suas cidades de origem.

Com uma rapadura doce dessas, difícil de largar, está explicado por que Suas Excelências faziam tanta questão de acusar todo mundo a torto e a direito, certamente com o intuito de manterem a Lava Jato em funcionamento, já que ela se tornou fonte de recursos para abarrotar seus bolsos.

Esses excelentíssimos senhores integram o Ministério Público Federal, que tem o dever de zelar pelos interesses da sociedade e se dizem aptos para saírem por aí acusando Deus e todo mundo da prática de delitos.

Hoje – sabe-se – com um rabo de palha desses, esses procuradores não podem passar perto do fogo.  

Essa a hipocrisia de nossas instituições que muitos dizem que “estão funcionando”.

Podem estar funcionando, sim. Mas viciadas, deturpadas, hipócritas, promíscuas.

Os reis da Lava Jato estão todos nus.

araujo-costa@uol.com.br

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