“Nem sempre fui velho como sou hoje e nem sempre fui jovem como sou hoje. Começa-se incendiário e acaba-se bombeiro. Eu inverti: comecei bombeiro, mas não quero acabar incendiário” (Tristão de Atayde, pensador católico tradicionalista, 1893-1983).
A reflexão pode nos levar à maturidade ou à certeza de que tivemos chance de trilhar caminho melhor até aqui, mas não enxergamos a indicação na encruzilhada.
Neste ano de eleições presidenciais, será necessário não só reflexão, mas cuidado para não cairmos no despenhadeiro do radicalismo, do fanatismo e da ofensa gratuita.
O que devemos colocar na urna é o voto e não a honra.
“Ao rei tudo, menos a honra” (Calderón de la Barca).
Quem está do lado contrário não é necessariamente ruim ou inimigo, apenas pensa de modo diferente.
Quem anda na contramão não significa que venha nos agredir, apenas caminha noutra direção.
Se Lula da Silva ganhar a eleição, já o conhecemos. O Brasil não vai acabar.
Aliás, se depender das sondagens dos tendenciosos institutos de pesquisas financiados pela esquerda, Lula terá 100% dos votos. Os demais postulantes não serão votados.
Se o presidente Bolsonaro for reeleito, também já o conhecemos. O Brasil não vai acabar.
A chamada “terceira via” está capengando e certamente não será realidade, a julgar pelo quadro atual, em razão da vaidade dos pretendentes. Ninguém quer ceder nada.
O ex-juiz Sérgio Moro é amador, aventureiro, inexperiente, atrapalhado, caráter duvidoso, politicamente inocente. Está à procura de foro privilegiado com receio de cair nas armadilhas do Partido dos Trabalhadores.
Mais cedo ou mais tarde vai cair nas garras dos radicais do PT e já está procurando guarida na imunidade. Vai acabar membro do Congresso Nacional, abrigo de corruptos impunes, espertos e carrapatos do dinheiro público, excetuado alguns poucos honestos que ainda gravitam por lá.
O ex-governador cearense Ciro Gomes aponta sua metralhadora giratória para todos os lados e não sai do lugar. É o que sabe fazer. É ingrato com seu guru Lula da Silva e ingratidão é um defeito terrível.
O governador paulista João Dória é pernóstico, pedante, vaidoso, moralmente indecente e politicamente inconveniente. Traiu os próprios companheiros de partido. Difícil ganhar eleição presidencial, essa ou outra. Nem os paulistas gostam dele.
No que menos João Dória pensa é no bem do Brasil. Pensa que o Brasil se resume em suas mansões, seus negócios milionários e seus jatinhos.
Os demais nomes que despontam no horizonte político são risíveis, por enquanto.
É preciso ser jovem para ter esperança no amanhã e velho para saber distinguir a diferença quanto à escolha do caminho.
O Brasil não precisa de incendiários.
Não é tempo de convocar bombeiros.
Neste 2022 o Brasil precisa de juízo, equilíbrio e diálogo.
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