Quando Deus é questionado

“Sufocar a voz dos cidadãos é violar a ordem do mundo” (Papa Pio XII).

O livro Torre das Guerreiras e Outras Memórias, de Ana Maria Ramos Estêvão, é o retrato cruel de uma época de terror no Brasil.

Tempo da ditadura militar, a autora esteve presa em São Paulo, em companhia de Dilma Rousseff, décadas mais tarde presidente da República.

O relato é assustador. Fala de tortura, perseguições e outros momentos vividos nos porões da ditadura militar.

Hoje aos 73 anos, a autora foi companheira de Dilma Rousseff no presídio Tiradentes, centro de São Paulo. Mais do que colega de presídio, Ana Maria Ramos Estêvão foi companheira de cela de Dilma.

Amargaram juntas a maldade e incompreensão humanas.

A autora ficou presa durante sete meses. Dilma ficou mais tempo, aproximadamente três anos.

A autora fazia parte da ALN (Ação Libertadora Nacional), comandada pelo terrorista baiano Carlos Marighella, ícone da luta armada contra a ditadura militar.

Quem quiser e puder, deve ler.

“Uma dor permanece doendo”, diz a autora. Compreensível, muito compreensível.

Hoje quem fala asneiras de Bolsonaro, de Lula da Silva, de esquerda, direita, de terceira via, não sabe o que é sofrimento político, tampouco tortura, ausência de liberdade.

É bom ler para refletir. E crescer culturalmente.

“Deus não existe na tortura. Ficamos sós” (Ana Maria Ramos Estêvão)  

Sempre é bom lembrar as palavras do Papa Pio XII:

“Sufocar a voz dos cidadãos é violar a ordem do mundo”.

Um lembrete oportuno para alguns “intocáveis” ministros (não todos) do Supremo Tribunal Federal (STF).  

araujo-costa@uol.com.br

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