
Intolerância altamente tóxica.
Em Curitiba, em data recente, grupo liderado pelo vereador Renato Freitas (PT), empunhando bandeiras do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Comunista do Brasil (BCdoB), invadiu uma igreja católica, onde se realizava missa. Barbarizaram tudo.
Com gritos de fascistas e racistas, os manifestantes ofenderam os católicos, conspurcaram o templo e, mais do que isto, cometeram delito previsto nas leis penais.
Não está explicado porque os baderneiros escolheram como alvo da intolerância religiosa a Igreja Católica, tampouco se tem notícia da existência de racistas e fascistas dentro daquela instituição local. E se há, é caso de polícia e não para o vereador e seus liderados resolverem.
A grande imprensa silenciou de maneira vergonhosa, inclusive o conglomerado Folha de S.Paulo e UOL, porta voz da esquerda.
Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que se arvoram em arautos da defesa democrática, sequer sinalizaram qualquer desconforto sobre o corrido.
Aqui, do alto de minha neutralidade política e insignificância, fico imaginando se fossem bolsonaristas os líderes daquela turba indecente, desordeira e estúpida que invadiram a Igreja Católica de Curitiba.
Certamente alguns ministros do STF, que adoram holofotes, teriam feito grande estardalhaço e até, quiçá, instaurado inquérito, incontinentemente, para apurar as responsabilidades, assim como o fizeram noutras ocasiões, a exemplo do inquérito dos chamados “atos antidemocráticos”, “fake news ” e outros que tais.
A Constituição da República assegura ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias (artigo 5º, inciso VI).
O Código Penal em seu artigo 208 é claro e pune com pena de prisão quem “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.
Como um vereador, que tem obrigação de coibir esse tipo de descalabro, até por sua condição de legislador, lidera um movimento desses?
Analisemos outra situação, porém diversa.
O presidente da República chamou alguns de seus colaboradores nordestinos “de pau de arara”.
Isto foi suficiente para a grande imprensa se alvoroçar com manchetes, notícias e comentários estridentes, desancando o presidente da República, ao contrário do espaço dado à invasão da Igreja em Curitiba pelos esquerdistas ensandecidos.
Mais do que isto. Noticiou-se que um pré-candidato do PSOL de Pernambuco sinalizou que vai ajuizar notícia-crime contra o presidente no STF, por ter usado a frase “pau de arara”.
Sou nordestino e me orgulho disto. Em São Paulo, eu e muitos nordestinos fomos chamados de pau de arara e cabeça chata.
Isto acontecia despretensiosamente, sem viés de ofensa.
Nunca me ofendi por ser lembrado de minha origem nordestina. Aliás, orgulho-me dela.
Ser chamado de pau de arara em nada me diminui, nem deixar de chamar-me assim vai me engrandecer em alguma coisa.
Vê-se um turbilhão de idiotices, imbecilidade e mentes vazias.
Entretanto, no bojo do politicamente correto, a esquerda empurrou a expressão “pau de arara” para a vala do preconceito. Chega a ser ridículo.
É como se a esquerda tivesse enterrando a realidade e a história do Nordeste e dos nordestinos, uma forma de tentar apagar o passado.
O êxodo de nordestinos, em direção a São Paulo, nos caminhões chamados pau de arara faz parte da história. É ínsito à vida e à história dos nordestinos.
O sofrimento faz parte da vida e da cultura dos nordestinos. Somos calejados em sofrimento. Tentar arrancar isto da história é negar a própria vida de todos nós, que nascemos lá.
Só falta a esquerda querer criminalizar forrós e composições nordestinas, seus autores e cantores que falam em pau de arara, inclusive o clássico “O último pau de arara”, de Luiz Gonzaga (“Só deixo meu Cariri no último pau de arara”).
Todavia, faz-se necessário perguntar: por que a invasão à Igreja Católica de Curitiba por manifestantes de esquerda é considerada de somenos e chamar um nordestino de “pau de arara”, mesmo que em tom de brincadeira, é afronta, preconceito, crime e outras coisas mais?
A esquerda se ajoelha aos pés de Lula da Silva. Está na hora de Lula pedir a esse pessoal adepto do radicalismo para baixar a bola. Chamar seus intelectuais, seus formadores de opinião, líderes de militância, parlamentares e quem mais se fizer necessário e possível. Ponderar: o caminho do radicalismo está levando todos ao ridículo.
Além de intolerante, contraditória e estúpida, parte da esquerda parece que está de porre.
Alguns mentecaptos esquerdistas precisam ter cuidado.
O fanatismo está aniquilando seus diminutos neurônios.
Post scriptum:
Na foto acima, reprodução da Revista Oeste, veem-se o vereador do PT e vista da invasão à igreja em Curitiba.
araujo-costa@uol.com.br