Agamenon Magalhães (1893-1952) era governador de Pernambuco.
Chamou secretários próximos, saiu do Palácio do Campo das Princesas e resolveu visitar o interior.
Chegou a uma casa à beira da estrada.
Crianças, galinhas e porcos no terreiro.
A dona da casa – que não conhecia o visitante – e um dos filhos estavam sentados no alpendre.
O governador pediu água, puxou conversa, perguntou:
– Como é o nome deste menino?
– É Agamenon, respondeu a mulher.
O governador sentiu-se homenageado e fez mais uma pergunta para completar sua satisfação diante de seus secretários que o acompanhavam:
– E por que a senhora colocou o nome dele de Agamenon?
– Porque ele danou-se a roubar, virou gatuno e eu coloquei o nome do governador.
Há momentos que é melhor não perguntar.
Folclore político à parte, não perguntem a Lula da Silva quais os pedreiros que ele vai contratar, se ganhar a eleição, para “reconstruir o Brasil”, como ele e outros petistas mais arraigados estão alardeando por aí.
Em janeiro de 2003, Lula assumiu o governo federal. Depois se reelegeu, indicou e elegeu Dona Dilma Rousseff, escolheu Michel Temer como vice dela e dos sonhos dele e o resto da história não precisa repetir.
Lula da Silva contratou muitos pedreiros que, invés de cuidarem bem da construção, provocaram o desmoronamento moral de petistas e aliados e, por consequência, transformaram o Brasil em escombros.
Somente a título de exemplo, vão alguns nomes de petistas e aliados condenados, presos ou ainda investigados por corrupção, todos escolhidos por Lula e pelo PT para cuidarem da construção que ele mesmo ruiu e hoje diz que vai reconstruir.
Os ex-presidentes nacionais do PT: José Dirceu e José Genoíno; os ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega e Paulo Bernardo; os ex-tesoureiros do PT: Delúblio Soares, Paulo Ferreira e João Vaccari Neto; políticos de diversos estados: Fernando Pimentel, Gleisi Hoffmann, Humberto Costa, Lindbergh Farias, Marco Maia, João Paulo Cunha, André Vargas; parte da diretoria da Petrobras que o PT indicou ou se aliou: o presidente Aldemir Bendine; os diretores Pedro Barusco, Renato Duque, Zelada, Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e outros tantos.
E o mensalão? Ah! Esta é outra história.
O senador Jaques Wagner (PT-BA) também diz que vai ajudar Lula a reconstruir o Brasil.
Convenhamos, Jaques Wagner e Lula da Silva entendem de construção. Ambos eram sindicalistas pobres e viviam fazendo greves em cima de caminhões, em Camaçari e São Bernardo do Campo, respectivamente.
Deu certo, não se sabe se exatamente por isto. Hoje ambos são ricos.
Isto não significa dizer que eles são “amigos do alheio”, como se dizia antigamente nas delegacias de furtos e roubos.
O que se pode dizer é que Jaques Wagner e Lula da Silva, dentre outros petistas, têm inteligência acima da média de nós, mortais brasileiros e trabalhadores de sol a sol. Conseguiram ficar ricos fazendo política e sem trabalhar.
Inteligentíssimos, portanto. Devemos ter orgulho de ter políticos inteligentes assim.
Jaques Wagner é dono de um apartamento avaliado em R$ 10 milhões, com direito a píer que leva ao mar, num dos metros quadrados mais caros do Brasil, o Corredor da Vitória, em Salvador, endereço nobre da elite baiana.
O novo brinquedo onde Jaques Wagner mora é bem diferente do modesto apartamento em São Lázaro, na Federação, sua residência anterior, que ele dizia valer R$ 150 mil.
Como se vê, com uma equipe dessas ou semelhante, não é possível reconstruir nada, mesmo sendo Lula da Silva mestre de obras. Ou principalmente, em razão disto.
Essa equipe de Lula e Jaques Wagner deve estar preocupada com outra coisa e certamente não é Brasil.
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