No Jornal das 10 da GloboNews de 12/05/2022, a apresentadora do noticiário fez patéticos e constrangedores elogios ao ministro Edson Fachin, em razão de o presidente do Tribunal Superior Eleitoral ter espinafrado as Forças Armadas e o presidente da República.
Tietagem mais apropriada para plateia assistente de shows de artistas e não para ser protagonizada por uma jornalista apresentadora de jornal de âmbito nacional com alcance em diversos países e que se pretende sério no mister de informar.
Tendenciosa, a GloboNews mais parece um comitê eleitoral, ora da direita em 2018, ora da esquerda em 2022.
De fato, foi de corar os brasileiros de vergonha que assistiram ao cenário idiota da apresentadora do Jornal das 10. Deprimente, abominável, constrangedor.
No auge da pandemia da covid-19, se excluísse a palavra “negacionista” do vocabulário, apresentadores e comentaristas da GloboNews ficariam mudos, porque não conheciam ou não conhecem o sinônimo daquela palavra, o que evitariam de repeti-la tão enfadonha e de forma insistentemente ridícula.
Agora, a palavra que eles mais pronunciam pateticamente é “recado”. Recado que o Supremo Tribunal Federal mandou para fulano, recado que o Tribunal Superior Eleitoral mandou para sicrano, recado que o ministro tal mandou para o presidente da República e por aí vai.
O ministro Edson Fachin está certo em defender o tribunal que preside e para isto ele prescinde de torcida de apresentadores e comentaristas da GloboNews.
Quem, institucionalmente, tem o dever de defender o Tribunal Superior Eleitoral é o seu presidente, seja Edson Fachin ou outro qualquer.
Neste particular, o ministro Edson Fachin está correto. Está cumprindo seu papel institucional. Não há reparo a fazer quanto a essa sua condição.
Se ele exagerou é outra história. E isto vem ao caso.
Aqui não se discute se o ministro Edson Fachin é cabo eleitoral de Lula da Silva – o que todos sabemos que é – nem se é militante de esquerda, como sempre foi e nunca negou, o que é um mérito seu não negar.
Edson Fachin não conseguiu separar a toga da militância política. Não cresceu como magistrado, mas agigantou-se como militante político.
Discute-se – isto sim – que não é papel do presidente do Tribunal Superior Eleitoral fazer política para este ou aquele candidato, seja de esquerda ou de direita, tampouco agitar o ambiente político-eleitoral que já está tão carregado.
Os brasileiros não pagam os estratosféricos salários e mordomias do ministro Edson Fachin para Sua Excelência fazer política, mas para exercer a judicatura com dignidade.
Desafiar outras autoridades, outras instituições nacionais e, mais do que isto, atacar e ofendê-las, não se afigura recomendável. É lamentável, mormente tratando-se de um ministro do Poder Judiciário.
Até as eleições de outubro e depois delas virão coisas piores por aí.
Nossas autoridades do Executivo, do Legislativo e do Judiciário precisam tomar juízo.
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