
Iam-se escapulindo as lembranças em direção aos buracos da memória, mas ao remexer em meus alfarrábios, deparei-me com algumas anotações esparsas que fiz há décadas sobre Patamuté.
São fragmentos dispersos que não traduzem a robustez da história do lugar, mas dizem e retratam alguma coisa que, para nós de lá, é muito importante.
Em 13 de junho de 1968 foi fundada a Sociedade 13 de Junho de Patamuté.
Conforme o artigo 1º, dos Estatutos Sociais, a sociedade tinha como objetivo “promover o desenvolvimento cultural e artístico da terra, na média do possível para o seu engrandecimento moral e intelectual, bem como auxiliando a todas as organizações locais, como o mesmo fim”.
Conforme o artigo 2º, dos Estatutos Sociais, a sociedade também tinha como objetivo “promover reuniões culturais e artísticas, manter uma biblioteca e pugnar pelo progresso e pelos interesses sociais e culturais do distrito de Patamuté”.
A primeira Diretoria foi constituída da seguinte forma:
Presidente: Adonai Matos Torres
Vice-Presidente: Manoel Brandão Leite
1º Secretário: Mario Mattos Lopes
2º Secretário: José Mendes Fonseca
Tesoureiro: José Gomes Reis Filho
Não havia prédio para abrigar a sociedade. As festas se davam no prédio escolar, único existente à época e hoje se desmoronando. Mas os fundadores construíram um arcabouço jurídico, base para a existência da sociedade.
Portanto, há 54 anos, alguns homens de Patamuté sonhavam com o desenvolvimento do lugar.
Hoje esse papel cabe aos jovens, já que as gerações passadas, inclusive a minha, não conseguiram robustecer o desenvolvimento de Patamuté, em razão das dificuldades que muitas delas encontraram ao longo do caminho, dificuldades que hoje são mais flexíveis e contornáveis.
Acredito na juventude de Patamuté e nos seus abnegados professores, baluartes de nossa terra e sustentáculos de sonhos e esperança.
Foto recente mostra a Sociedade 13 de Junho um tanto deteriorada pelo tempo e talvez em razão do descaso que não sei a quem atribuir. Trata-se de uma constatação eivada de saudade e não de uma crítica, propriamente.
Resta-nos buscar esperança e sonhar com um novo horizonte para Patamuté.
A perspectiva se sustenta nos jovens e, sobretudo, na educação dos jovens. O idealismo dos jovens de hoje abre o caminho em direção ao amanhã.
E também no surgimento de novos líderes que se preocupem com o lugar, sem desprezar a experiência dos líderes que os antecederam.
Observação:
O crédito da imagem é de Anselmo Vital, ilustre filho de Patamuté. Entretanto, peço desculpas por não ter conseguido manter a qualidade da imagem tal como postada por Anselmo.
araujo-costa@uol.com.br