“Livro é como banana na feira. Se o feirante não anuncia, o freguês não compra”. (Sebastião Nery)
Em 1987, quando lancei Fragmentos do Cotidiano que, modéstia à parte, foi bem recebido, escusei-me a publicar qualquer notícia sobre o lançamento, de modo que até amigos próximos somente tiveram conhecimento meses depois, o que, convenhamos, faz parte de minhas esquisitices.
Já se vão, por aí, 35 anos.
Há muito no forno da memória, uma espécie de prelo mutável, pretendo publicar ano que vem, se vivo for, Diálogo dos Sinos – artigos, crônicas, observações.
Demorei fazê-lo. Hoje, mais maduro (ou seria mais velho?), um tanto capaz de discernir as coisas, acho que será o momento de deixar algum registro mais completo, um cenário de minhas andanças, de meus tropeços e de minhas maluquices.
O jornalista Sebastião Nery, que entende tudo que é possível entender de livros, cunhou a frase segunda a qual “livro é como banana na feira. Se o feirante não anuncia, o freguês não compra”.
Então, na ocasião própria, deverei anunciar o lançamento, não com o intuito de vender alguns e poucos exemplares, propriamente, mas para que amigos leitores e leitores amigos tenham conhecimento e, se quiserem, leiam. Pode ser que alguns raros abdiquem de um pouco de tempo, lendo-o e criticando.
Não recomendo meus escritos. Nunca o fiz. Acho-os às vezes confusos, outras, incompletos. Embora assim, alegro-me em saber que muitos gostam de ler o que escrevo. Alguns já disseram que me falta estilo. Sei disto.
Sou um caso perdido. Talvez o único escrevinhador que não recomenda a leitura do que escreve. Escrevo para dialogar com a minha alma e não por diletantismo ou vaidade. E isto me tem feito bem.
Há muito venho torcendo que algum dia apareça um prefeito em meu município baiano de Curaçá, que goste de valorizar a cultura e se dê à grandeza de construir uma biblioteca pública em Patamuté e também nos outros distritos, se ainda não tiverem.
Em Patamuté e em particular, tenho interesse nisto. Depois explico porquê.
Até sugiro o nome: Biblioteca Professora Beatriz Gonçalves dos Reis Gomes.
araujo-costa@uol.com.br
Uma consideração sobre “Livros”