
Francisco Arnóbio de Menezes, filho de Bernardina de Menezes Mattos e João da Matta Cardoso Varjão (João Mattos), comandava, em Chorrochó, uma espécie de escola da amizade e da decência.
Socialmente querido e respeitado, Arnóbio compatibilizava, com eficiência, o exercício da respeitável profissão, o cuidado e zelo com a família, a boemia e também as amizades, que eram muitas, incontáveis.
Músico e admirador de Vicente Celestino, Arnóbio participava ativamente da vida social de Chorrochó. Muito inteligente e espirituoso, tinha uma capacidade impressionante de conviver em sociedade.
Dono de uma apreensão fulminante, carregava com facilidade a capacidade de ouvir e entender todos, com absoluta compreensão e respeito, de modo que transitava soberanamente em meio às correntes políticas e sociais de Chorrochó. Uma de suas grandes qualidades era a humildade.
Sempre elegante, cabelos cuidadosamente penteados, postura de decência e respeitabilidade.
Arnóbio se casou com Maria Menezes (Pina), filha de D. Maria Argentina de Menezes e do conspícuo Eloy Pacheco de Menezes, ícone da honradez, da história e da luta política de Chorrochó.
Arnóbio constituiu família exemplar e numerosa. Atrevo-me a citar os nomes dos seus dez filhos: Geraldo José de Menezes, Antonio Wilson de Menezes, Tarcísio Roberto de Menezes, Rita Maria de Menezes Maia, Francisco Arnóbio de Menezes Filho, Luiz Alberto de Menezes, João Eloy de Menezes, Paulo Ernani de Menezes, Cícero Leonardo de Menezes e Rosângela Maria de Menezes.
Entretanto, devo pedir vênia por eventuais omissões e incorreções, o que, de certa forma, faz parte da memória esburacada, em razão da passagem do tempo. Não se pode esperar coisa melhor de um septuagenário fragilizado pelo tempo e metido a arquivar lembranças, inobstante a idade.
Com família bem estruturada e sustentada no respeito e na educação, Arnóbio deixou um legado de caráter irrepreensível e exemplo de profissional voltado à decência e ao mais sólido esteio familiar.
Já escrevi alhures e noutras ocasiões sobre Arnóbio. Em todas elas, as lembranças cutucam, estremecem as estruturas das emoções, mas me dão a certeza de que valeu a pena tê-lo conhecido.
Neste particular, carrego a honra de ter convivido com Arnóbio por algum tempo. Guardo dele boas lembranças que me acompanham ao longo do meu caminho de luta e tropeços.
Este é um registro de saudade que me faz bem e me dá a medida certa do significado de conviver com pessoas boas, corretas, irrepreensíveis.
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