João Gomes, o deslumbrado

“É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida” (Maurice Switzer)

O cantor de “piseiro” João Gomes, nascido em Serrita e criado em Petrolina, sertão pernambucano, ainda praticamente em início de carreira, perdeu valiosa oportunidade de, diante do mundo, aliar-se à decência de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Messias Holanda, Trio Nordestino, Flávio José e outros tantos respeitados integrantes da cultura nordestina.

Deslumbrado com o sucesso do Rock in Rio, João Gomes puxou um coro de ofensas e palavrões contra o presidente da República, seguindo a linha de outros tantos, que misturam arte com imbecilidades.

Quem lê este blog sabe que sou contra desrespeitar autoridades democraticamente constituídas. E aqui não importa se vereador, prefeito, governador, deputado estadual, deputado federal, senador, presidente da República, secretários de governo, et cetera.

Outrossim, não importa se o presidente da República é de esquerda, de direita, de centro ou de qualquer lado ou espectro, se Bolsonaro, Lula da Silva ou qualquer outro.

Estando lá, democraticamente eleito pela vontade soberana do voto popular, no exercício de suas funções e habilitado a tomar decisões, merece respeito de todos os brasileiros.

Se não concordamos com eles, que esperemos a oportunidade de derrubá-los nas urnas, através do voto.

Melhor calar, se não souber o que dizer. Ou não tiver o que dizer.

Jamais ofendê-los.

Além de falta de educação é imbecilidade.

João Gomes se deslumbrou com a conta bancária e com a fama e se achou no direito de igualar-se a outros artistas que, como ele, não sabem o que é conviver com os contrários e com os antagonismos, essência de toda e qualquer democracia.

Jovem, deslumbrado e inexperiente, João Gomes ainda terá tempo de seguir o caminho de honrados nomes da cultura do Nordeste, apear-se da pequenez e crescer.

A imprensa noticiou que o novel cantor nordestino depois pediu desculpa através das redes sociais.

E daí?

Pedir desculpas não é suficiente para robustecer seu caráter, talvez ainda em formação.

araujo-costa@uol.com.br

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