“Discrepo. E di-lo-ei por quê” (Antonio Houaiss, filólogo e dicionarista, 1915-1999)
Eliane Cantanhêde, comentarista da GloboNews, acabou de colocar o Brasil de cócoras.
Em 01/10/2022, à tarde, a veterana jornalista de esquerda e comentarista de política, disse que diversos chefes de governo do mundo estavam de “plantão para ratificar” o resultado das eleições no Brasil.
“Ratificar” foi a palavra usada por Eliane Cantanhêde de forma inadequada, mas certamente de propósito, com o intuito de enaltecer o discurso dos candidatos apoiados por alguns órgãos da grande imprensa, mormente o Grupo Globo.
Segundo os dicionários, ratificar significa validar, o que pressupõe, segundo a jornalista, que o resultado das eleições no Brasil depende do beneplácito de chefes de governo estrangeiro.
Os editores da emissora precisam explicar para a espevitada comentarista do Grupo Globo que nenhum chefe de Estado ou de governo estrangeiro tem o poder de “ratificar” resultado de eleições no Brasil.
Quem ratifica é o Tribunal Superior Eleitoral, são as autoridades brasileiras e nossas instituições nacionais.
Dizer que presidentes estrangeiros estão de “plantão para ratificar” o resultado de nossas eleições é arranhar nossa soberania, colocar o Brasil de cócoras.
Eliane Cantanhêde deve estar tomando muitas aulas com os radicais da esquerda do Brasil. Só eles – não todos, evidentemente – são capazes de submeter nossa soberania à vontade de governantes de outras nações.
Aliás, há espiões estrangeiros dentro do TSE, recebidos pelo excelentíssimo presidente do tribunal e pomposamente chamados de observadores, que passam informações para seus países e que, certamente, servirão de base para seus chefes de governo “validarem” o resultado de nossas eleições, como diz a comentarista do Grupo Globo.
De outro turno, alguns ministros do TSE que abdicaram da nobre missão de magistrados e assumiram ostensiva posição de militantes políticos, tanto reprovável quanto vergonhoso, fizeram de tudo para transformar as eleições de 2022 num cenário de horror.
Esses ministros censuraram matérias jornalísticas publicadas, restringiram o direito dos cidadãos quanto ao uso de meios de comunicação, decretaram restrições de direitos, ameaçaram eleitores de prisão e barbarizaram interpretações de normas legais.
Tudo contrário aos mandamentos da Constituição da República.
Dizem esses ministros e subidas Excelências que fazem isto em nome da democracia. Então, tá.
Mais: ministros do TSE criaram a expectativa do surgimento de grande onda de violência política nas ruas, gastaram fortuna de dinheiro público com segurança desnecessária, além de restringirem a circulação de pessoas nas redondezas dos palácios de Brasília. Em última análise, espancaram o direito de ir e vir dos cidadãos.
Entretanto, esses ministros militantes políticos não tiveram êxito. Eles ainda não conseguem enxergar que os brasileiros estão amadurecidos, querem votar, querem alegrar-se com seus candidatos, querem festejar democraticamente o direito de votar.
O primeiro turno das eleições transcorreu em paz, sem a violência apregoada por esses ministros militantes e o povo provou que tem dignidade para não se deixar levar por infundadas afirmações catastróficas.
Em suma: quem apostou na violência nas ruas ficou desapontado.
Este escrevinhador discrepa desse cenário de horror. Ele não há.
Viva a democracia! Viva a sabedoria do povo!
araujo-costa@uol.com.br