Lula da Silva ganhou. Estaremos todos ricos

Como já esperado, o ex-presidente Lula da Silva venceu as eleições e impôs uma derrota ao presidente Jair Bolsonaro, embora apertada.

A novidade é que a vantagem foi menor do que a projetada nas pesquisas em favor do morubixaba de Caetés.

Cenário que traduz o Brasil dividido: 50,90% dos votos para Lula e 49,10% para Bolsonaro, diferença de 1,80%. Pouca, convenhamos, no universo de 118,6 milhões de votantes na eleição presidencial.

Isto indica que Lula enfrentará renhida oposição bolsonarista durante seu governo a iniciar-se em 01/01/2023.

Quem ganha governa e quem perde vai para a oposição. É esta a regra democrática inarredável.

Um parêntese: o principal culpado pela derrota de Bolsonaro é ele próprio. Em razão da liturgia do cargo, o presidente da República não pode sair por aí, falando asneiras a torto e a direito. E Bolsonaro fez isto quase diuturnamente.  

O presidente da República deve falar por intermédio de seus porta-vozes oficiais ou em ocasiões especiais. Não é isto que o presidente Bolsonaro costuma fazer e pagou caro por seus destemperos: perdeu a eleição.

A notícia boa é que, com a vitória de Lula, todos ficaremos ricos. Lula da Silva e o PT apregoam que vão extirpar a pobreza do Brasil e, em consequência, não haverá mais pobres nesta nossa querida terra de Santa Cruz, coisa que ele não fez nos oito anos de mandato 2003/2010 e mais alguns anos de lambuja de Dona Dilma Rousseff.

No reinado de Lula da Silva não haverá mais submoradia, moradores de barracos, pessoas em situação de rua, precárias residências na periferia dos grandes centros urbanos, esgotos a céu aberto e coisa e tal.

Lula dará residência digna e comida a todos, segundo ele e o PT. Ninguém passará mais fome, todos terão casa para morar. Não haverá desempregados.

No governo Lula, todo e qualquer brasileiro incluirá em seu cardápio, picanha e outras fartas delícias de nossa culinária, tudo regado a cerveja. Todos terão dinheiro.

E já que não haverá mais pobres, também não haverá delinquentes, que Lula e os petistas chamam de “vítimas da sociedade”.

Com cara de freira contemplativa, o vice Geraldo Alckmin, que se parecia de centro-direita, de repente passou para o lado de Lula da Silva e se tornou de esquerda, desde criancinha. Tem como tarefa coadjutora ajudar Lula a transformar pobres em ricos de um dia para o outro.

Lula tornará o Brasil tão aprazível que fará inveja a países como Suiça, Irlanda do Norte, Austrália, Estados Unidos, etc.   

Todavia, o simbolismo demonstrado por Lula da Silva durante seu discurso da vitória num sofisticado hotel dos Jardins, região mais rica de São Paulo, não se adequou muito à nova situação: um dos seus aliados petistas, que ficou todo tempo a seu lado aplaudindo, foi nada mais, nada menos do que o famoso deputado cearense conhecido como “Dólar na Cueca”.  

Na expectativa de um novo governo Lula, esta página da corrupção não deveria ter sido virada? Ao menos simbolicamente?

Como moro em São Bernardo do Campo há décadas e Lula da Silva nunca me tirou da pobreza, estou pensando em mudar para a Bahia, onde Lula teve 72% dos votos. Certamente lá não há mais pobres e, se houver, são poucos, talvez estejam naquela margem dos 28% que não votaram em Lula da Silva.

Com Lula no governo da República e Jerônimo Rodrigues no governo da Bahia, não haverá mais pobres por lá.

Quem sabe, ele venha me tirar da pobreza.

araujo-costa@uol.com.br

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