Bahia: Trânsfugas, adesistas e bigorrilhas.

O temor de qualquer candidato em disputa eleitoral é o movimento dos trânsfugas, oportunistas que costumam abandonar as candidaturas quando vislumbram qualquer possibilidade de derrota. São os covardes, os desertores.

Por outro lado, a alegria do candidato é a enxurrada de adesistas, que ao primeiro sinal de vitória se aproximam com o intuito de abocanhar cargos, sinecuras ou qualquer boquinha no previsível novo governo.

Por fim, aparecem os bigorrilhas, desprezíveis criaturas que gravitam em torno do poder, independentemente de quem seja o eleito ou de que partido político, sem nenhuma convicção e abocanham o que lhes oferecem, geralmente as sobras das maracutaias.

Esses são piolhos de botecos e lá defendem o governo, qualquer que seja ele, contanto que tenham recebido algum eventual tapinha nas costas e estejam sendo minimamente beneficiados.

Essas três classes são vazias, pulhas, interesseiras. Passam toda a vida correndo atrás de ideias para levar aos palanques, mas nunca as alcançam, porque simplesmente não as têm.

Em 2022, o que mais se viu na eleição para o governo da Bahia foi a movimentação de trânsfugas e adesistas. No universo de 417 municípios, pelo menos 300 prefeitos aderiram ao candidato Jerônimo Rodrigues (PT), eleito governador.

A debandada de apoiadores de ACM Neto (União Brasil) entre o primeiro e segundo turno, em direção ao petista, foi muito grande, veloz e acintosa.

Com tantos trânsfugas e adesistas transitando entre as duas candidaturas não havia como o carlista ganhar a eleição, embora líder nas pesquisas durante grande parte da campanha.

A notícia boa é que, com a vitória de Lula, todos ficaremos ricos.

Lula da Silva e o PT apregoam que vão extirpar a pobreza do Brasil e, em consequência, não haverá mais pobres nesta nossa querida terra de Santa Cruz, coisa que ele não fez nos oito anos de mandato 2003/2010 e mais alguns anos de lambuja de Dona Dilma Rousseff. Mas Lula diz que vai fazer nos próximos quatro anos.

Força! Vamos acreditar.

Lula da Silva foi afagado por 72,12% dos votos dos baianos (a Bahia só perdeu para o Piauí, onde Lula teve 76,86% dos votos) e o governador eleito Jerônimo Rodrigues abocanhou 52,79% dos votos, o que significa que a Bahia vai muito bem, obrigado.

A expressiva votação de Lula e Jerônimo Rodrigues na Bahia faz pressupor que os governos petistas foram aprovados e ratificados, inquestionavelmente e, mais do que isto, na Bahia não há problemas. Então, por que mudar?    

Sendo assim, no reinado de Lula da Silva não haverá mais submoradia, moradores de barracos, pessoas em situação de rua, nem precárias residências na periferia dos grandes centros urbanos, todos em idade escolar terão escola e não haverá esgotos a céu aberto nas cidades e coisa e tal.

Lula dará residência digna e comida a todos, segundo ele e o PT. Ninguém passará mais fome, todos terão casa para morar. Não haverá desempregados e subempregados em qualquer setor da economia, tampouco desalentados, esmorecidos, fracos, oprimidos, etc.

No Nordeste, todos os moradores terão água farta e potável, sejam da caatinga, do semiárido ou de quaisquer dos pequenos municípios da região.

No governo Lula, todo e qualquer brasileiro, exceto vegano e vegetariano, incluirá em seu cardápio, picanha e outras fartas delícias de nossa culinária, tudo regado a cerveja, muita cerveja. Todos terão dinheiro para viajar a qualquer tempo.

Lula costuma dizer que nos governos do PT “todo mundo passou a viajar de avião”. Confesso que não vejo assim, nem sei o que ele tem contra empresas de ônibus. Mas quem sou eu para duvidar de tamanha sumidade?

Vou até reivindicar aeroportos para minhas esquecidas cidades de Curaçá e Chorrochó, ambas no sertão da Bahia. Basta um telefonema para Gleisi Hoffmann ou para o deputado conhecido como “Dólar na Cueca”, que voltou com tudo e muita força e terá papel preponderante no novo governo Lula da Silva.

No governo Lula, a Bahia e o Piauí passarão a ser estados ricos, sem os problemas que vêm arrostando há séculos, até o surgimento do morubixaba de Caetés.

Não haverá mais pobres, também não teremos mais delinquentes, que Lula e os petistas chamam de “vítimas da sociedade”. Conseguintemente, prisões passarão a ser construções obsoletas, vazias, desnecessárias, passíveis de extinção.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que tem cara de freira contemplativa, que se parecia de centro-direita, de repente passou para o lado de Lula da Silva e se tornou esquerdista convicto, desde criancinha.

Alckmin não resolveu os problemas de São Paulo como governador do poderoso PSDB, em décadas, mas resolverá os problemas do Brasil. Mudança é isto.

Alckmin tem como tarefa coadjutora ajudar Lula a transformar pobres em ricos de um dia para o outro.

Lula tornará o Brasil tão aprazível que fará inveja a países como Suiça, Suécia, Irlanda do Norte, Austrália e Estados Unidos, dentre outros.

E isto é bom para todos nós.

Portanto, êxito para o presidente eleito.

Viva Lula da Silva!

araujo-costa@uol.com.br

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