A colunista Cristina Serra, da Folha de S. Paulo que, de crítica virulenta do PT e dos governos petistas, se transformou em bajuladora de plantão de Lula da Silva e do lulopetismo, talvez num ato falho, publicou em sua coluna de 17/12/2022 a lição magistral de Jânio de Freitas, ícone do jornalismo nacional:
Do alto de seus 90 anos, Jânio disse que há duas maneiras de exercer o jornalismo. “Uma é o carreirismo desbragado, a bajulação, a adesão política e a prestação de serviços contra a ética jornalística. A outra é trabalhar muito. Assim, essa carreira vale a pena”.
Como se vê, o jornalismo de Jânio de Freitas não é o jornalismo que Cristina Serra exerce, o jornalismo às avessas.
Cristina Serra foi além e escreveu: “Muitos de nós ficaram (e ficam) pelo caminho: porque as dificuldades da profissão são imensas, porque os salários são baixos e as pressões, às vezes, insuportáveis”.
Ela se esqueceu de dizer que o bom jornalismo não cede a pressões, tampouco tenha de negligenciar ou maquiar a verdade porque os salários são baixos ou porque o jornalista necessite abdicar de suas convicções profissionais para ajustar-se aos privilégios decorrentes da proximidade com o poder.
Jornalista moldado à seriedade da profissão não bajula Lula da Silva, não bajula Jair Bolsonaro, não bajula nenhum poderoso de plantão, não bajula quem quer que seja.
Hoje, o exemplo mais gritante de como não se deve fazer jornalismo é o acocorar-se da GloboNews diante do lado político que escolheu para defender.
À exceção de Fernando Gabeira, esquerdista decente e de respeito, os demais comentaristas e apresentadores da emissora desceram ao ridículo da falta de credibilidade jornalística. Sem nenhum pudor.
O bom jornalismo se faz com decência, sem bajulações, sem lambidela de botas dos poderosos, etc, principalmente sem o etc.
araujo-costa@uol.com.br