Vergonha vitalícia: as mulheres dos ministros de Lula da Silva

“Em política, os tolos se contentam com o pouco, os sábios não se contentam nem com o muito, querem tudo” (José Cavalcanti, São José de Piranhas-Paraíba)

Ministro Rui Costa e esposa/Crédito: Folha de S.Paulo

A elite política nacional, seja de direita ou de esquerda, tem como principais características a ausência de vergonha, a hipocrisia e a capacidade ilimitada de menosprezar a inteligência dos brasileiros.

Os exemplos são claros, inequívocos, estarrecedores, vergonhosos.

Rejane Dias, mulher de Wellington Dias (PT), ex-governador do Piauí e atual ministro do Desenvolvimento Social de Lula da Silva foi apadrinhada no cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado com o generoso salário inicial de aproximadamente R$ 36 mil. Cargo vitalício, ou seja, até os 75 anos de idade, limite para aposentadoria do servidor público.

O ministro Wellington Dias é o responsável pela pasta que cuida do Bolsa Família e diz que quer acabar com a fome dos brasileiros. Há quem acredite.

Pelo que se vê, já está acabando com a fome, começou em casa: empregou a mulher.

Renata Calheiros, mulher de Renan Filho (MDB), ex-governador de Alagoas e atual ministro dos Transportes de Lula da Silva foi guindada ao cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado com o significativo salário inicial de aproximadamente R$ 36 mil. Cargo vitalício, ou seja, até os 75 anos de idade, limite para aposentadoria do servidor público.

Marília Góes, mulher de Waldez Góes (PDT), ex-governador do Amapá e atual ministro do Desenvolvimento Regional de Lula da Silva foi elevada ao cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado com o generoso salário inicial de aproximadamente R$ 36 mil. Cargo vitalício, ou seja, até os 75 anos de idade, limite para aposentadoria do servidor público.

Aline Peixoto, mulher de Rui Costa (PT), ex-governador da Bahia e atual todo poderoso ministro-chefe da Casa Civil de Lula da Silva, embora dependa de alguns conchavos na Assembleia Legislativa – e se nada mudar – será guindada ao cargo de conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios com o generoso salário inicial de aproximadamente R$ 41 mil. Cargo vitalício, ou seja, até os 75 anos, limite para aposentadoria do servidor público.

Na esteira do “me engana que eu gosto”, o experiente senador Jaques Wagner (PT), criador e padrinho político de Rui Costa, diz que é contra. Então, tá.

Enfermeira por formação, o principal requisito da mulher de Rui Costa para assumir o honroso e importante cargo de conselheira do TCM é ser mulher de Rui Costa. Aliás, essa qualificação lhe garantiu um cargo na Secretaria de Saúde, quando o marido era governador.

Naiane Almeida Peixoto, irmã da mulher de Rui Costa e, portanto, cunhada do ministro, já está alcandorada no Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM). Ela exerce a função de assessora no órgão, apadrinhada pelo conselheiro Nelson Pelegrino, ex-deputado federal petista.        

É inequívoco que a elite política cria tentáculos tais que a mantêm no poder indefinidamente e com isso passa a influir em importantes decisões. Nesses casos apontados, os conselheiros têm o poder de fiscalizar, aprovar ou rejeitar contas de correligionários ou adversários políticos paroquiais.

Critérios técnicos, talvez. Critérios políticos, sempre há.

Cargos vitalícios, mordomias, vencimentos estratosféricos, vantagens permanentes, nepotismo às vezes. Tudo isso faz parte do dia a dia da elite política.

Esquerda e direita sempre fizeram isto acintosamente. Não é privilégio ou atributo ideológico. É falta de vergonha mesmo, mau-caratismo, exploração alheia.

A República vem sendo infestada de políticos de caráter duvidoso desde sua proclamação.

Enquanto a farra rola com o dinheiro público e circunda as famílias de políticos poderosos, os necessitados que passam fome continuam acreditando e votando nesses embusteiros.

E os embusteiros prometendo acabar com a fome.

Uma vergonha vitalícia.

araujo-costa@uol.com.br   

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