“Faz escuro, mas eu canto” (Poeta Thiago de Mello, 1926-2022)
O Brasil está num despenhadeiro em direção à escuridão.
Censura, inquéritos e prisões ilegais, estocadas no direito de expressão e manifestação do pensamento, desrespeito à Constituição Federal.
Um governo que saiu em 31/12/2022, confuso e com muita coisa ainda para explicar.
Um governo que entrou em 01/01/2023, hipócrita e moralmente capenga e um presidente beirando à senilidade, falando asneiras à semelhança do presidente que saiu.
Um ministro da Justiça e Segurança Pública que diz não ter nada a ver com as armas empunhadas pelos traficantes de drogas, mesmo que à luz do dia. Se o ministro da Segurança Pública não tem nada a ver, quem tem?
Uma Câmara dos Deputados e um Senado Federal que abrigam parlamentares vendáveis, vexaminosos, vergonhosos, indecorosos.
Um Poder Judiciário em descrédito.
Uma imprensa que substituiu o dever de informar pela militância política.
Uma sociedade que ainda acredita em lorotas de políticos embusteiros, sejam de direita ou de esquerda.
Fanáticos que se agridem em defesa do presidente que saiu e outros tantos que se engalfinham em defesa do presidente que entrou.
“Faz escuro, mas eu canto”.
Apesar da escuridão, seguimos em frente, “caminhando e cantando”, como disse Geraldo Vandré.
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