A impaciência do escritor Paulo Coelho

Escritor mais lido em todo o mundo – circulam informações que vendeu mais de 350 milhões de livros, salvo engano – Paulo Coelho foi parceiro do baiano Raul Seixas (1945-1989) e com ele compôs, dentre outras músicas: Gîtâ, Al Capone, Medo da Chuva, Sociedade Alternativa, Tente outra vez, Eu nasci há dez mil anos atrás, A maçã e muitas mais.

Esquerdista de respeito desde a juventude, Paulo Coelho vem apoiando Lula da Silva e o defendeu em algumas ocasiões.

Em data recente, Paulo Coelho se mostrou arrependido pelo apoio que deu a Lula da Silva, classificou seu governo de “patético” e mais do que isto, demonstrou decepção. Alegou que perdeu leitores em razão disto e “tuitou” mais alguma coisa em desfavor do presidente.

Parece razoável entender que Paulo Coelho está um tanto apressado. Ou impaciente.

Lula da Silva está apenas no começo deste seu terceiro governo e ainda pode mudar muitas coisas nesses quatro anos de mandato, talvez para pior, mas é mesmo muito cedo para avaliar o governo Lula.

Não há surpresas até agora. Qualquer iniciante em observação política sabe que não se pode esperar muita coisa de Lula da Silva, além das lorotas, tais como a que extinguiu a extrema pobreza do Brasil e que o PT é o caminho mais seguro para que os brasileiros alcancem o paraíso social.

Todos conhecem a forma de governar de Lula da Silva. Muito estardalhaço, apadrinhamento de seus asseclas e espreita com a corrupção, o que, aliás, não é privilégio do governo Lula. Todos os demais governos foram corruptos, em menor ou maior grau de safadeza.

Lula já foi presidente da República duas vezes e o Brasil não acabou.

De qualquer modo, o escritor Paulo Coelho podia esperar mais um pouco antes de romper com Lula da Silva, se é que isto é sinal de rompimento.

Em política não há bons exemplos de rompimentos precoces.

O ator de filme pornô Alexandre Frota e Joice Hasselmann, que eram deputados federais e lambiam as botas do presidente Jair Bolsonaro, romperam com ele e caíram em desgraça. Retumbante desgraça. Os eleitores os empurraram para o esgoto da mediocridade.

O mesmo aconteceu com o magnata sem noção João Dória, que foi governador de São Paulo. Começou a cair quando misturou alhos com bugalhos e política com vaidade.

Entretanto, a situação de Paulo Coelho é um tanto diferente dos exemplos citados, porque ele não precisa de Lula da Silva em nenhuma circunstância, até porque não é político.

Mas politicamente o rompimento faz diferença. Mexe com a autoestima de Lula, porque Paulo Coelho é famoso e lido no mundo inteiro.

araujo-costa@uol.com.br

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