Curaçá, Anselmo Vital e os andaimes de uma construção difícil

Anselmo Vital/Crédito:Página pessoal facebook

“O homem não é velho, desde que os lamentos não tomem o lugar de seus sonhos” (John Barrymore, 1882-1942)

Já se disse, por aí, que a juventude é caótica.

Embora essa afirmação tenha um quê de verdade, é razoável entender que a juventude se sustenta na capacidade de duvidar de suas próprias dúvidas. E isto a impulsiona em direção à realização de seus sonhos.

Curaçaense de boa cepa e filho de Patamuté, Anselmo Vital vem se ocupando de uma construção um tanto difícil neste nosso conhecido cenário de injustiças sociais.

Ingressou nos movimentos sindicais e comunitários e, em consequência, na luta política, ainda no período estudantil. Deu certo, está dando certo.

Construiu liderança respeitável e reconhecida ao longo de anos dedicados à causa daqueles setores sociais que sempre estiveram à margem das decisões de governo, dentro e além dos limites do município de Curaçá.

A política partidária lhe garantiu visibilidade e lastro robusto para desenvolver seu trabalho permanente voltado precipuamente ao município de Curaçá.

A luta de Anselmo Vital em defesa daqueles que não têm voz e nunca tiveram voz é valiosa, sempre será valiosa.    

É inegável que o obstáculo maior para assegurar o mínimo necessário à vida das populações rurais, por exemplo, sempre foi a sedimentação da cultura do descaso, a ausência de seriedade dos governantes e, sobretudo, a falta de informação.

As pessoas carentes, que precisam de amparo do poder público, não dispõem de meios e desconhecem os caminhos para cobrar, cutucar, exigir, denunciar. E isto é terreno fértil para o surgimento de demagogos e embusteiros de toda ordem em ocasiões eleitorais, ávidos por votos, mormente dos incautos. 

A luta em defesa dos direitos constitucionalmente assegurados há de ser permanente, vigilante, constante.

Anselmo Vital não tem se descuidado disto, de modo que seu nome é citado em toda e qualquer discussão sobre assuntos prementes do município de Curaçá, máxime no que tange a direitos negligenciados ou espezinhados.

É constrangedor que o centenário distrito curaçaense de Patamuté não tenha um vereador que se digne lutar pelas mínimas reivindicações da população do lugar, que são muitas e urgentes.

Não obstante sem mandato legislativo, Anselmo Vital vem ocupando esse espaço em Patamuté, em razão do vácuo deixado por alguns políticos pouco interessados nas demandas locais, embora as urnas lhes tenham sido generosas nas últimas eleições municipais.

Parece indubitável que a transformação do mundo se dá através dos sonhos, que estrutura as mentalidades. Isto remete este escrevinhador à conhecida frase de Sérgio Granja:

“A gente gasta a juventude na ilusão de transformar o mundo. Quando se dá conta, já não sobra tempo para se adaptar a ele”.

No caso de Anselmo Vital, felizmente, parece que ele vem se adaptando aos poucos a este mundo de injustiças à medida em que cuida tão bem dos andaimes dessa construção tão difícil, qual seja, lançar esse olhar generoso, abrangente e vigilante sobre aqueles que vivem sufocados em sua condição de desamparo e desespero.

araujo-costa@uol.com.br           

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