As lembranças nunca se acabam

Judivan Menezes/foto de seu perfil no facebook

Quando eu era jovem – vai longe no tempo – durante o mês de maio a pequena sociedade do sertanejo distrito de Patamuté celebrava o mês de Maria com alegria contagiante.

Era a devoção à mãe de Jesus e a preparação para a festa de Santo Antonio, excelso padroeiro do lugar, centenário acontecimento religioso que ainda acontece no período de 01 a 13 de junho.

O mês de maio representava, como ainda hoje, as mães e as flores. Assim entendíamos.

As mães e as flores nunca se acabam. Em alguns casos as mães se vão antes, mas ficam eternizadas na memória, na saudade, nas lembranças.

As flores também não se acabam. Vão-se umas, desabrocham outras, mas permanecem enfeitando a vida, o caminhar, os sonhos.

Nesse ambiente de juventude, construí algumas amizades por lá.

Na inexperiência da juventude é a melhor ocasião para a construção das amizades, que geralmente perduram.

Quando ficamos velhos, perdemos o encanto, as coisas deixam de ser interessantes e as amizades também se fragilizam. É a consequência dos tropeços, às vezes do sofrimento e quase sempre das decepções.

Alguns amigos daquela época se foram, outros permanecem e outros tantos desapareceram à procura de vida melhor que nosso Patamuté não oferecia.

Judivan Menezes é um deles que ainda estão por aí. Filho de D. Judite Menezes e do espirituoso Waldomiro Mendes (Vivi), exemplo de sujeito decente e de bom caráter. Ambos de famílias tradicionais de Patamuté.

Judivan – ou Vandinho como chamávamos na juventude – frequentava o Bar de Osmário Matos Torres, meu padrinho de batismo e onde eu trabalhava. Gostava de jogar sinuca, brincar, conversar, reunir os amigos.

Ouvíamos Roberto Carlos (LP O inimitável), Jerry Adriani, Paulo Sérgio, dentre outros. Coisas da juventude, lembranças da juventude.

Nunca mais vi Judivan, mas a amizade permanece, o que significa dizer que ele não soube escolher essa minha amizade esquisita, ausente, indecifrável.

Nada sei de sua vida. Se não mudou, Judivan é comerciante e cava a vida no Bar e Lanches Menezes, na Rua dos Ciclames, na Vila Prudente, em São Paulo.

Saudade dele.

araujo-costa@uol.com.br

Post scriptum:

Esta crônica foi publicada em 09/05/2023.

Não sei se Vandinho chegou a ler. É possível que não tenha lido.

Em 04/02/2024 a família comunicou o falecimento de Judivan de Souza Menezes da Silva.

O velório e o enterro aconteceram no Cemitério Curuçá, em Santo André-SP

Reproduzo a crônica, deixo pêsames a todos da família e elevo minhas preces para que Jesus Cristo lhe indique o caminho e Deus o ampare.

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