“Não apresse o rio. Ele corre sozinho.” (Barry Stevens, terapeuta americana, 1902-1985)

A história de qualquer lugar se sustenta em fragmentos que se somam ao ideário de seus construtores e à grandeza de seus filhos, independentemente do viés político que ostentam.
Assim, Chorrochó.
Walmir Prudente de Menezes (1934-2012) descendia de tradicional família de Chorrochó, talvez o tronco mais robusto que representa a linhagem daqueles que escreveram a história do município.
Walmir nasceu em 21/01/1934. Era filho de D. Maria Argentina de Menezes e do comerciante Antonio Pacheco de Menezes (Tonho), sobrinho de Dorotheu Pacheco de Menezes, baluarte da emancipação política do município e neto de Francisco Pacheco de Menezes, primeiro intendente do município lá pelos idos de 1919.
Um parêntese: A história de Chorrochó registra uma curiosidade. Em 22/08/1919 houve sua emancipação política, de modo que foi nomeado intendente Francisco Pacheco de Menezes, mas voltou à condição de vila de Curaçá. A autonomia começou de fato em 12/09/1954 (segunda emancipação), quando, em razão de lei, foram instalados os serviços municipais na gestão do governador Luís Régis Pacheco Pereira.
Além de Walmir Prudente de Menezes, o casal Maria Argentina de Menezes e Antonio Pacheco de Menezes teve uma prole numerosa: Maria de Lourdes Menezes Araújo, Maria Nicanor de Menezes Veras, Maria Joselita de Menezes, Francisco Lamartine de Menezes, Maria Ita de Menezes, Antonio Pacheco de Menezes Filho, Maria Agripina de Menezes, José Osório de Menezes e Maria Eugênia de Menezes.
Penitencio-me quanto a eventuais omissões e grafias erradas de nomes, até em razão de vínculos matrimoniais, mas esses erros devem ser atribuídos à minha memória esburacada pela passagem do tempo.
Em 1962, salvo engano, Walmir participou da disputa para prefeito de Chorrochó, mas perdeu a eleição para José Calazans Bezerra (Josiel). Prudente no nome e no comportamento, abandonou a política partidária e se recolheu à solidão de sua estância onde se ocupou da pecuária que certamente lhe rendeu mais satisfação do que o eventual manuseio dos cofres municipais.
Aqui não se trata de um testemunho, nem tenho qualidades para fazê-lo, mas algumas achegas para lembrar a história de uma época em Chorrochó, que não queremos que pereça.
Ademais, sabe-se que pouco ou nada há sobre registros de fatos históricos do lugar, a não ser pobres fragmentos como este que escrevo e algumas louváveis iniciativas da professora Neusa Maria Rios Menezes de Menezes e do Dr. Francisco Afonso de Menezes que vêm tentando reconstruir a história de Chorrochó com a ajuda de alguns integrantes da família Menezes.
Generoso e de temperamento calmo, Walmir “não apressava o rio”, gostava de ouvir, não era muito chegado a discussões políticas, mas não se arredava de suas fortes convicções sempre alinhadas à família e às questões partidárias que ela defendia.
Respeitador e de bom caráter, todos reconheciam sua decência, de modo que comumente era ouvido em ocasiões politicamente difíceis. Deixou legado de honradez que se estendeu à descendência exemplar.
Walmir constituiu família numerosa. Casou-se com D. Maria Cleonice de Menezes com quem teve os filhos Wellington Luiz Pacheco de Menezes, Rose Mary de Menezes Belfort, Edna Maria de Menezes, Marta Maria de Menezes, Walmir Prudente de Menezes Filho, João Antonio Pacheco de Menezes, José Audionor de Menezes (vi nalgum lugar que o correto é Claudionor), Antonio Pacheco de Menezes Neto e Cleonice Maria de Menezes.
Walmir exerceu o cargo de presidente local da CNEC (Campanha Nacional de Escolas da Comunidade), que administrava o então Colégio Normal São José.
A CNEC foi fundada em 1943 em Recife para “atender crianças e jovens que não possuíam ofertas de estudos pelo poder público ou não tinham condições financeiras para ingressar em colégios privados”. Chorrochó foi contemplado com a presença da CNEC que cuidou da educação e formou seguidas gerações. Walmir fez parte dessa abnegada história.
Walmir Prudente de Menezes faleceu em 30/09/2012.

Post sriptum:
As fotos que ilustram esta matéria são de álbum de família e retratam dois momentos distintos de Walmir: a juventude e o amadurecimento e foram gentilmente cedidas pela professora Maria Ita de Menezes, que também informou as datas de nascimento e falecimento .
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