
A caminho dos 90 anos, que se completam em novembro – quando o conheci ele tinha 37 – Carlos Bispo Damasceno faz parte das boas pessoas de Chorrochó.
Quando a comarca de Chorrochó foi instalada em outubro de 1967, o pioneirismo dos serviços judiciários contou com Regina Luíza de Menezes, João Pacheco de Menezes, José Eudes de Menezes, Virgílio Ribeiro de Andrade, José Jazon de Menezes, José Claudionor de Menezes, José Claudio de Menezes, Osvaldo Alves de Carvalho, Manoel Dias dos Santos, Fabrício Félix dos Santos e Carlos Bispo Damasceno.
O juiz de direito titular era o Dr. Olinto Lopes Galvão Filho que comandava esses serventuários. Décadas mais tarde, a história o homenageou dando seu nome ao Forum da Comarca.
Carlos Bispo Damasceno tem uma predileção pela comunidade Xique-Xique, já nos domínios de Macururé. É o seu torrão, seu xodó. Lá ele é devoto fervoroso de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e até tem uma capela fundada por iniciativa de Eliseu Bispo Damasceno. Salvo engano, os festejos aproximam-se de seis décadas ou por aí, nessa proximidade. Os anos aqui não importam muito. Importa a intensidade da fé dos devotos.
Eliseu Bispo Damasceno foi vereador em Chorrochó eleito na primeira legislatura e empossado em 07 de abril de 1955 para compor a novel Câmara Municipal.
Discreto, humilde, educado, respeitador, Carlos Bispo Damasceno enriquece a sociedade em que vive e lhe dá contornos de que o mundo ainda tem jeito, pode ser melhor.
Profissional dedicado, exerceu com dignidade, a função de Oficial de Justiça da comarca de Chorrochó. Respeitado por todos e por seus colegas serventuários, Carlos Bispo Damasceno tinha uma maneira peculiar de viver.
Às vezes, arredio, outras vezes extrovertido, mas sempre respeitador e correto. Bom caráter, boa índole, conduta irrepreensível.
Quando chegamos a uma idade que denuncia a fragilidade, expõe o desmoronamento dos equívocos e apara as arestas das arrogâncias, a saudade cutuca, maltrata, espezinha e testa nossas estruturas.
E vamos buscar lá atrás, muito além, as lembranças, as boas lembranças.
Tenho saudade de Carlos Bispo Damasceno. Mando-lhe um abraço.
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