Patamuté: Ademilton Alves, juventude e lembrança.

Ademilton Alves. À esquerda Heloísa Ferrari/Crédito perfil facebook Heloisa

Década de 1960. Idos que se firmaram na memória e nas recordações.  

Surgimento do The Beatles, Roberto Carlos, Jerry Adriani, Vanderléia, Ronnie Von, movimento Jovem Guarda.

Em Patamuté, vivíamos uma juventude alegre, dentro do possível que o lugar permitia e de acordo com as oportunidades, que eram poucas, escassas, difíceis.

Formávamos uma turma heterogênea, de modo que, tendo em vista as limitações do lugar, os espaços que frequentávamos eram os mesmos, embora as idades diferentes.   

Respeitávamos os mais velhos, porque eram pais de nossos amigos: Egídio Felizardo de Santana (Zinho), José Manoel de Santana (Zé de Né), José de Souza Alcântara (Zé Lulu), Lídio Manoel dos Santos, Waldomiro Mendes (Vivi), Macário Alves, Nicolau Cordeiro, Hildebrando Mendes e outros tantos.

E respeitávamos também – e muito – as mães de nossos amigos: Alice Santana, Julieta Alcântara, Laura Prado (D. Lalu), Judite Menezes, Antonia de Macário (Toinha), Maria Angélica, D.Inês e todas aqueloutras que aqui não são citadas, mas muito diletas e respeitadas por todos nós.

Na juventude, construímos nossas primeiras amizades, muitas delas perduram até hoje e outras não mais, porque a morte as levou, as vicissitudes da vida nos distanciaram ou, ainda, porque não conseguimos nos suportar, em razão das peculiaridades, mudança de vida e defeitos de cada um.

Naquela quadra do tempo, conheci Ademílton Alves. Ambos – eu e ele – trabalhávamos com o comerciante Antonio Ferreira Dantas Paixão que já escrevi sobre ele neste espaço.

Ademílton, muito responsável, já naquele tempo era motorista de confiança de Antonio Paixão. Ao contrário de todos nós, mais afoitos, não bebia e não fumava. Dedicava-se ao trabalho.   

Anos mais tarde, Ademílton foi morar e lutar em Juazeiro. Manteve por lá, durante muito tempo, uma banca comercial nas imediações da antiga Sorveteria Primavera e Cine São Francisco. A Rua da Apolo era seu campo de atuação. Lá ele fez mais amigos, cavou a vida, recebia os amigos de Patamuté, direcionou seu caminho.

Em data recente, pedi a Agamenon Fonseca dos Santos, tio de Ademílton, o contato dele. Fui prontamente atendido, mas não telefonei. Coisa de amigo relapso.

Hoje fiz esta crônica incompleta, falha, insuficiente para dizer a grandeza de Ademílton.  

O fato é que nunca mais o vi. A saudade me permite mandar-lhe um abraço.

araujo-costa@uol.com.br

Deixe um comentário